quinta-feira, 28 de junho de 2012

Um Sem Noção...

... que deixou escapar uma idéia sensata:

"Eu preciso da palavra gnóstica, da palavra maniqueu e eu preciso dela não porque eu não saiba falar as palavras do mundo; eu sei imitá-las muito bem, eu sei imitar a palavra-correta, a palavra “nossa-que-cara-culto!”, a palavra “olha-como-ele-é-articulado”, eu sei, eu falo de cabeça cheia, eu tirei dez, a chamada nota máxima em quase todos os trabalhos que escrevi numa famosa instituição universitária e ali, naquele centro de excelência, naquela fábrica de inseminação de bons alunos, naquele exército do saber bem e do dizer bem, eu não emudeci e eu não me saí de todo mal, e eu convivi com muitos filhotes-de-papai que se tornaram filhotes-de-orientador, isto é, gente que seguiu sem gemer, sem o menor conflito, essa monstruosidade chamada homem-de-carreira, chamada homem-de-sucesso e que trocou o papá-gosta-menino-eu pelo cabeça-professor-ama-texto-eu. Eu conheci a violência intrínseca dessas pequenas criaturas culturais, criaturas que riscavam do convívio quem dissesse errado a coisa-Descartes e a coisa-Freud, e que, embora não tivessem os bens materiais como a coisa-Mercedes e a namorada-coisa-gostosa-que-vai-vernissage, tinham muitos bens culturais dentro da cabeça e adoravam a coisa-Kant, a coisa-Fitche e as belezas da literatura assimilada na bolsa de Paris. Agora eu me lembro de tudo, a assim chamada Madeleine está inteirinha atravessando a minha boca, e é necessário que eu diga absolutamente tudo, pois isso, como já disse, não é mais uma questão minha".

(Juliano Pessanha)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

De volta ao normal!

Viva!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Definições.

Jornalismo: não ter sobre o que falar e ainda assim falar do mesmo jeito.

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Definição fornecida após assistir a edição de hoje do Sportv News, que enrolou 2 horas para montar um programa que poderia levar 20 minutos.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Fauna.

- Além de um escritor arrogante, você é ainda um machistinha escroto. Eu apenas acho que as pessoas deviam experimentar um pouco de tudo. Não deviam ficar dizendo que não gostam de algo que nunca experimentaram.
- Por que você não experimenta ler um Dostoiévski? Ia fazer bem pra você.

E saí de perto dela. Uma rata empedernida cheia de opiniões modernosas. O tipo de pessoa que fala um clichê atrás do outro como se tivesse recém descoberto a América. Você deve conhecer alguns ou algumas como ela. Convém manter distância dessa fauna.

(Bagana na Chuva, Mário Bortolotto)