quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dois.

Aquele gosto amargo do teu corpo
Ficou na minha boca por mais tempo.
De amargo, então salgado ficou doce,
Assim que o teu cheiro forte e lento
Fez casa nos meus braços e ainda leve,
Forte, cego e tenso, fez saber
Que ainda era muito e muito pouco.

Faço nosso o meu segredo mais sincero
E desafio o instinto dissonante.
A insegurança não me ataca quando erro
E o teu momento passa a ser o meu instante.
E o teu medo de ter medo de ter medo
Não faz da minha força confusão.
Teu corpo é meu espelho e em ti navego
E eu sei que a tua correnteza não tem direção.

Mas, tão certo quanto o erro de ser barco
A motor e insistir em usar os remos,
É o mal que a água faz quando se afoga
E o salva-vidas não está lá porque não vemos.

(Daniel na Cova dos Leões, Legião Urbana)

Aprendendo o passinho...

Não sei o que é direito
Só vejo preconceito
E a sua roupa nova
É só uma roupa nova
Você não tem idéias
Pra acompanhar a moda
Tratando as meninas
Como se fossem lixo
Ou então espécie rara
Só a você pertence
Ou então espécie rara
Que você não respeita
Ou então espécie rara
Que é só um objeto
Pra usar e jogar fora
Depois de ter prazer.

Você é tão moderno
Se acha tão moderno
Mas é igual a seus pais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.

Você com as suas drogas
E as suas teorias
E a sua rebeldia
E a sua solidão
Vive com seus excessos
Mas não tem mais dinheiro
Pra comprar outra fuga
Sair de casa então
Então é outra festa
É outra sexta-feira
Que se dane o futuro
Você tem a vida inteira
Você é tão esperto
Você está tão certo
Mas você nunca dançou
Com ódio de verdade.

Você é tão esperto
Você está tão certo
Que você nunca vai errar
Mas a vida deixa marcas
Tenha cuidado
Se um dia você dançar.

Nós somos tão modernos
Só não somos sinceros
Nos escondemos mais e mais
É só questão de idade
Passando dessa fase
Tanto fez e tanto faz.

(A Dança, Legião Urbana)

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

A bola pune.

(Eu não estou falando de futebol).

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ah, a verdade...

E a verdade é verdadeira apenas na medida em que faz despencar mais desgraça e tristeza sobre os seres humanos, de modo que, se mostra alguma coisa que não seja o mal, ela é uma ilusão, não é a verdade.

(Herzog, Saul Bellow)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Pessoanas.

Tenho dó dos pobres. E também tenho dó dos ricos. Tenho mais dó dos ricos porque são mais infelizes. Quem é pobre pode julgar que, se deixasse de o ser, seria feliz. Quem é rico sabe que não há maneira de ser feliz. Quem é pobre tem uma só preocupação, ou uma só preocupação principal: a pobreza. Quem é rico, como, infelizmente, não tem essa, tem que ter todas as outras. Nunca vi homem rico mais feliz que um pobre; a não ser que por felicidade se entenda aquilo que se pode comprar no alfaiate e no ourives, e comer-se num restaurante (...). Os pobres são felizes: têm uma ilusão - crêem que o alfaiate, o ourives, o dono do restaurante caro são os dispensadores de felicidade. Crêem nisso. Os ricos são os ateus do alfaiate.

(Bernardo Soares, O Livro do Desassossego)

sábado, 8 de outubro de 2011

Perolário. (4)

Nietzsche e Clarice Lispector, desconfie de quem cita.

(André Dahmer)

Perolário. (3)

Guardo alguns rancores com o maior carinho.

(André Dahmer)

Perolário. (2)

Deus é o papai noel dos adultos.

(André Dahmer)

Perolário.

Se a verdade fosse um objeto, ela seria uma massinha de modelar.

(André Dahmer)

Dos amores...

Antes de morrer, Bellow teve tempo para uma confissão: teria feito tudo diferente se vivesse de novo, dedicando menos tempo às mulheres. E, conseqüentemente, às suas neuroses.

(Antonio Gonçalves Filho, O Estado de São Paulo)

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

'Modernetes' ou 'É mole'?

Alice Maria é uma garota de 20 e poucos anos que mora sozinha, tem grandes amigos, um emprego de cenógrafa que a faz ralar muito e é perdidamente apaixonada por Gabriel, que tem muito tesão por ela, o que seria ótimo, se ele não fosse gay.

Aí aparece Rodrigo, que quer ter algo sério com Alice, mas ela foge com medo de o amor de verdade machucar... Com a ajuda e os conselhos nem sempre muito sutis de seus amigos, Alice embarca em uma aventura de descobertas e sentimentos, cheia de humor e delicadeza. Tudo está registrado em seu diário. Uma história divertida, emocionante, passada em dias ensolarados do Rio de Janeiro.

***

Livia Brazil nasceu no Rio de Janeiro, em 1985, é tradutora e roteirista, produtora cultural e blogueira. Um dos destaques do 1º Prêmio Benvirá de Literatura 2010, Queria tanto é seu romance de estreia.

***

NT: Dá pra ler um livro com uma sinopse destas? Putamerda, viu...

Steve Jobs.

No ano seguinte, foi afastado da própria companhia pelo corpo diretor que ele mesmo ajudou a formar. O motivo de seu afastamento seriam maus tratos para com seus funcionários e comportamento temperamental. Segundo o então diretor executivo, John Sculley, essas atitudes poderiam prejudicar os futuros negócios da própria empresa.

***

Pra variar: morre o homem, nasce o mito.