É o lugar que achei entre o céu e o inferno
Pra quem ficou perdido entre o bem e o mal
Pra quem mentiu e também foi sincero
Pra quem brilhou e depois morreu sem sal
Pra quem brincou e também foi austero
E eu posso inventar a missa
Louvar o acaso e o absurdo
Em noites que te chamei sem ouvir resposta
Se todo mundo te cobra sempre um futuro
A lama e a glória são a mesma bosta
É pra você que eu vivo, Deus do Claro e Escuro
Com um coração de rua
Com as mãos imundas
Mas sou teu
Sem culpa
Circulando como ácido num cano aberto e frágil
Das veias que te enforcam num golpe tão discreto
É o meu glorioso grito pra encenar um plágio
Como se eu fosse um gênio
Como se isso fosse fácil
É o lugar que achei entre o céu e o inferno
Pra quem chorou caído e quem venceu cansado
Pra quem pariu um filho ou quem se fez sozinho
Pra quem pensou no outro e quem roubou o Estado
Pra quem bateu na cara e depois deu carinho
E eu posso celebrar a missa
Num canto sujo desse mundo
Em dias que te chamei sem ouvir resposta
Se todo mundo te cobra sempre uma postura
Os homens e os deuses são a mesma aposta
(Beto Cupertino)
***
Depois de uma noite de insônia, completa insignificância e auto-comiseração;
Depois de um dos piores dias da minha vida;
Depois de tentar ler mais um pouquinho do Lobo da Estepe e ter derramado uma quantidade de lágrimas suficiente para molhar uma flor ao me encontrar em toda a deformação do Harry Haller;
Mais uma vez obrigado Beto Cupertino. É só isso que eu tenho a dizer.
É por essas e outras que ainda vale a pena existir.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008
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2 comentários:
Já li o Encontro Marcado...Adoro o Fernado Sabino.
Não li o Lobo da Estepe.
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