quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

(I Don't Know) Where I'm Anymore

Preste atenção aos corpos
pra sentir
preste atenção às coisas
pra sentir


Sentir. O abismo entre pensar e sentir. Pensar.

Porque tá sempre prestes a explodir na ânsia que tem de viver e de repente por isso que parece que vai viver pouco.

Passei pela minha vida
Um astro doido a sonhar.
Na ânsia de ultrapassar,
Nem dei pela minha vida...


Diariamente eu fico pensando na minha vida. E chego sempre a mesma conclusão: ela realmente é uma grande fantasia. Não é uma vida. É um pensamento a respeito da vida. Uma vida sem vida; quase minha vida sem mim. A impressão permanente que eu tenho é a de que sou um ator coadjuvante em minha própria vida. Quero tanto ter o controle sobre o que eu sinto, sobre o que eu penso e no entanto tudo isso não passa de uma farsa. Não passa de um efeito besta, de um enganar. A ação, a palavra, tudo isso que parece tão concreto, tão verdadeiro parece, no fim das contas, ser totalmente desprovido de realidade. É um mar cheio vazio no qual eu acho que estou flutuando. Falta justamente vida na minha vida - ou então eu não sei de fato o que é viver.

Sobreviver talvez seja a palavra que melhor se adapte a mim. Porque entre o viver e o sentir vivo existe um abismo profundo. Dá para contar nos dedos as vezes em que eu pude dizer que realmente me senti vivo. Eu fico pensando se a minha vida vai ser assim mesmo sempre, se daqui a 10, 20, 30 anos será a mesma coisa...

3 comentários:

Unknown disse...

"Feliz é o destino da inocente vestal sem culpa, esquecendo do mundo e sendo por ele esquecida, brilho eterno de uma mente sem lembranças, onde toda prece é ouvida, toda graça alcançada."

( Alexander Pope )

Assisti de novo esse filme ... E me emocionei de novo ...

.ana. disse...

Nasce, Guilherme! Te quero ver vivo! E repito "Ser parido, não basta. Esse o monumental engano do homúnculo ocidental, que segue sempre a lei do menor esforço".
Coragem!

Janus disse...

"Não é uma vida. É um pensamento a respeito da vida."

Talvés então nós, os pensativos, vivemos intensamente?

Acho que eu só penso demais!