quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

Insônia (2)

Na verdade ainda não estou com insônia. Mas temo que em pouco tempo possa estar novamente.

Terminei há questão de minutos de ler O Lobo da Estepe. Ainda estou meio confuso quanto ao que li - tanto por não ser uma obra das mais simples, quanto, principalmente, por tê-lo lido por lê-lo.

Tanta coisa atravessa a minha cabeça ao mesmo tempo. Parece que a cada instante a vida morre, algo se perde para sempre. E não digo isso apenas pela inevitabilidade do tempo - sim, estamos em um contínuo.

O problema é que invariavelmente você, Thais, continua a habitar meus pensamentos. Ainda hoje estava relendo um dos primeiros posts desse blog, talvez o primeiro em termos de profundidade, ao qual intitulei, por conta da poesia do Drummond, Congresso Internacional do Medo. Sem que eu sequer me lembrasse acabei percebendo que eu já havia chegado a uma conclusão a qual a mesma me confidenciou em conversa via msn ontem.

E reler aquele post ainda hoje faz tanto sentido para mim. O post que abre toda a minha especulação em torno dela. E que, no entanto, contem a chave para o entendimento da Thais. E é exatamente do mesmo inconformismo que padeço diante de um destino aparentemente tão certo. A sensação de ter tanto a fazer, a dizer, a sentir e saber que isso irá ficar preso dentro de você é angustiante. Não é possível pura e simplesmente que as coisas tenham que ser como são. É essa a frase que martela minha cabeça.

É saber que o amor é algo realmente inútil que não nos leva a lugar nenhum - e que poderia muito bem nos levar. É ficar preso ao abismo do pensar, fingindo sentir. É o não tentar. Isso é o que dói.

De tudo ficaram três coisas: a certeza de que estamos sempre começando; a certeza de que é preciso continuar; a certeza de que seremos interrompidos antes de terminar. Portanto devemos fazer da interrupção um caminho novo; da queda um passo novo de dança; do medo, uma escada; do sonho, uma ponte e da procura, um encontro.

Quisera você estivesse certo, Sabino.
Quisera viver tivesse a ver com fome.

Um comentário:

.ana. disse...

Eu concordo com ele, pra mim o Sabino é sabido. rs
bjim