terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

O Encontro Marcado (3)

Sentia-se inseguro como no instante de se atirar na piscina em dia de competição. Mas isso não era nada: era um estado de permanente angústia, crônico, suportável – era a fragilidade do ser diante da brutalidade e da certeza da vida, mas era ainda a vida, o existir e se saber presente. A evasão da realidade, o vórtice negro em que se sentira cair ali na janela, como num poço, é que era a angústia, o desespero, a negação de si mesmo – o não-ser, o vazio, o nada. Sua testa começou a porejar suor, quando viu que o poço novamente se abria, tudo começava de novo a perder o sentido, suas forças faltavam e ele se agarrava apavorado a uma idéia qualquer para não ser tragado...

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