A impressão total e absoluta que eu tenho a respeito da minha vida é a que eu sou um fantoche. Sempre pensei isso. Nunca costumei acreditar na existência de um Deus, mas na hipótese dele realmente existir sempre tive a sensação de que eu não passava de uma marionete feita especialmente para ele se alegrar, para ele dar dar muita risada. Um bobo da corte mesmo.
Se ele existe ou não, pouco me importa de fato. O que mudaria em termos práticos seria a mudança de status de um destino para o acaso. E isso de modo algum invalida meu caráter de fantoche. Se eu era um fantoche das vaidades de um Deus, hoje sou um fantoche das vaidades dos homens.
Ontem finalmente consegui extrair uma confissão da Thais: não passei de uma peça no jogo dela. O máximo que eu consegui fazer com ela ela sentisse por mim foi pena. Nada mais do que isso. Pena. Digno de pena.
De fato isso não é uma surpresa para mim simplesmente porque eu sempre fui uma peça na vida das pessoas. Apenas uma peça com quem se gosta de brincar, seduzir e depois descartar. Descartável, embalagem. Jamais o produto. Sempre a embalagem, um meio.
Ela não foi a primeira e provavelmente não será a última a me enxergar não como uma pessoa que tem sentimentos, mas sim como uma mera peça em seu jogo, aquele ratinho de laboratório que a gente condiciona, dá choque, finge afeto. Também pudera: como eu sou fácil, não é mesmo? E o pior: eu me anulo. Porque para mim o amor passa exatamente por uma espécie de anulação - perigosa - do eu. O amor tem a ver com a compaixão não enquanto pena, mas com a compaixão enquanto projeção, identificação com o outro. Só que nessa espécie de altruísmo (que não é exatamente altruísta, porque sempre visa benefício próprio, mesmo com desprendimento) o que acontece sempre é que a outra parte, em vez de se submeter, prefere sempre mandar. E ai forma-se a divisão de poder do amor. O que poderia ser uma experiência gostosa se torna um mero joguete. De um lado o ego infla, do outro o ego murcha. É como se houvesse apenas uma transferencia de auto-estima em um sentido apenas.
Hoje a minha auto-estima ultrapassou o zero absoluto. Hoje eu percebo que minha vida não tem sentido nenhum para continuar existindo. Tudo que eu sou é um gráfico constante. Um idiota que tem fé nas pessoas mesmo sabendo que elas não são dignas de nenhuma fé.
Tudo que me resta - por covardia - é sobreviver.
É entrar na rodinha.
Se ele existe ou não, pouco me importa de fato. O que mudaria em termos práticos seria a mudança de status de um destino para o acaso. E isso de modo algum invalida meu caráter de fantoche. Se eu era um fantoche das vaidades de um Deus, hoje sou um fantoche das vaidades dos homens.
Ontem finalmente consegui extrair uma confissão da Thais: não passei de uma peça no jogo dela. O máximo que eu consegui fazer com ela ela sentisse por mim foi pena. Nada mais do que isso. Pena. Digno de pena.
De fato isso não é uma surpresa para mim simplesmente porque eu sempre fui uma peça na vida das pessoas. Apenas uma peça com quem se gosta de brincar, seduzir e depois descartar. Descartável, embalagem. Jamais o produto. Sempre a embalagem, um meio.
Ela não foi a primeira e provavelmente não será a última a me enxergar não como uma pessoa que tem sentimentos, mas sim como uma mera peça em seu jogo, aquele ratinho de laboratório que a gente condiciona, dá choque, finge afeto. Também pudera: como eu sou fácil, não é mesmo? E o pior: eu me anulo. Porque para mim o amor passa exatamente por uma espécie de anulação - perigosa - do eu. O amor tem a ver com a compaixão não enquanto pena, mas com a compaixão enquanto projeção, identificação com o outro. Só que nessa espécie de altruísmo (que não é exatamente altruísta, porque sempre visa benefício próprio, mesmo com desprendimento) o que acontece sempre é que a outra parte, em vez de se submeter, prefere sempre mandar. E ai forma-se a divisão de poder do amor. O que poderia ser uma experiência gostosa se torna um mero joguete. De um lado o ego infla, do outro o ego murcha. É como se houvesse apenas uma transferencia de auto-estima em um sentido apenas.
Hoje a minha auto-estima ultrapassou o zero absoluto. Hoje eu percebo que minha vida não tem sentido nenhum para continuar existindo. Tudo que eu sou é um gráfico constante. Um idiota que tem fé nas pessoas mesmo sabendo que elas não são dignas de nenhuma fé.
Tudo que me resta - por covardia - é sobreviver.
É entrar na rodinha.
Nenhum comentário:
Postar um comentário