segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

4:32

Tema habitual de Hugo: o efêmero da existência. Nada valia nada, tudo precário, equívoco, contraditório. Vinha escrevendo um livro, uma espécie de ensaio poético, em que procurava traduzir este sentimento de inutilidade das coisas.

Tema habitual de Mauro: a incidência no tempo e no espaço: a inexorabilidade do fortuito na vida de cada um. Seu pai jamais se encontrara com sua mãe. Ele próprio nascera cem anos atrás. Cada gesto, cada palavra, cada pensamento seu refletia-se nos outros, alterava-lhes a vida, comandava-lhes o destino. Ali, sentado no banco da praça, ele estava, por uma série de relações, ou ilações (gostava dessa palavra) negativas, alterando o curso das coisas, talvez o curso da guerra.

Tema habitual de Eduardo: o tempo em face da eternidade. Caminhamos para a morte. O futuro se converte, a cada instante, em passado. O presente não existe. Vivemos a morte desde o nascimento.

Um comentário:

.ana. disse...

O efêmero da existência de Hugo, me lembra o Álvaro de Campos, o meu preferido.