sexta-feira, 19 de junho de 2009

Paraquedas.

Sem máquina do tempo sou transportado para um tempo imemorial – ou, na verdade, mui memorial. Não, eu não fui transportado. Permaneci. O tempo que deu um jeito de se desdobrar aos meus pés – ou não. Não. Um truque, apenas. Que truque!

A mesma voz ao celular.
A mesma gargalhada solta, debochada.
A mesma falta de pudor.
A mesma proximidade.
A mesma moleza.
A mesma necessidade.
A mesma circunstância.
A mesma casualidade.

Ela tinha um nome.
Ela tinha um espírito.
Eu tinha um nome.
Eu tinha um espírito.

Tínhamos, tivemos.

Restou-me um paraquedas paraguaio.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ter as asas cortadas em pleno vôo ( Cioran ) ...
Viver é jogar fora o paraquedas ( paraguaio ou não ) e se acostumar com a queda livre ...

( uma sombra passou por aqui )