Sem máquina do tempo sou transportado para um tempo imemorial – ou, na verdade, mui memorial. Não, eu não fui transportado. Permaneci. O tempo que deu um jeito de se desdobrar aos meus pés – ou não. Não. Um truque, apenas. Que truque!
A mesma voz ao celular.
A mesma gargalhada solta, debochada.
A mesma falta de pudor.
A mesma proximidade.
A mesma moleza.
A mesma necessidade.
A mesma circunstância.
A mesma casualidade.
Ela tinha um nome.
Ela tinha um espírito.
Eu tinha um nome.
Eu tinha um espírito.
Tínhamos, tivemos.
Restou-me um paraquedas paraguaio.
A mesma voz ao celular.
A mesma gargalhada solta, debochada.
A mesma falta de pudor.
A mesma proximidade.
A mesma moleza.
A mesma necessidade.
A mesma circunstância.
A mesma casualidade.
Ela tinha um nome.
Ela tinha um espírito.
Eu tinha um nome.
Eu tinha um espírito.
Tínhamos, tivemos.
Restou-me um paraquedas paraguaio.
Um comentário:
Ter as asas cortadas em pleno vôo ( Cioran ) ...
Viver é jogar fora o paraquedas ( paraguaio ou não ) e se acostumar com a queda livre ...
( uma sombra passou por aqui )
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