Todas as pessoas, todos os tempos, em todos os tempos, um verbo. Quero, quiseste, queria, quiséramos, querereis, queriam. Vontade, desejo. Se até então há o incômodo por uma sintaxe pouso usual, isso apenas demonstra a existência do meu querer, que nem sempre bate com o seu querer. É daí que emergem os conflitos; é desse embate entre nós que, paradoxalmente, também surgem as soluções. Mas e quando não se sabe o que deseja? Bingo! Aí está o meu grande problema. Tateio vagamente o futuro em busca de algo que não sei se sequer existe. Hesito, coloco algo na cabeça, procuro, corro atrás. E chegando lá paro e me deparo com uma sensação avessa à esperada. Apenas mais um pouco de insatisfação, o tal combustível que me move. Falta, falta, falta... De repente, nesse movimento, nessa incessante busca por tocar o intangível acontece. No meio da trilha, um ponto cego. Algo tão sutil, tão pequeno que por pouco não passa despercebido. Sorte ou azar, os detalhes me fascinam, não escapam aos meus olhares. Em seguida, misteriosamente, esse ponto se converte em espanto e enquanto se consuma por inteiro, me consome. Um palito pegando fogo até que no instante final, a chama toca a mão que segura a haste: surge então a plenitude, ainda que por um breve instante. Não, a plenitude não pode ser encontrada; é ela quem precisa te encontrar. No desencontro entre quereres, o que mais quero são os pontos cegos.
quinta-feira, 18 de junho de 2009
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