terça-feira, 23 de junho de 2009

Oi, Freud! (2)

Subo a escadaria do meu prédio e chego à porta de entrada. Estou sem chave. Márcio, o zelador, me recepciona. Está um pouco mais efusivo do que o normal. Não bastasse a fisionomia estranhamente risonha, tinha as unhas pintadas de vermelho – vale lembrar que ele é evangélico. No salão que dá acesso direto ao elevador ‘social’ há uma festa. Antes que eu pudesse falar qualquer coisa um homem pergunta a Marcio como estava o rapaz que havia passado mal de tanto beber. Este, por sua vez, disse que depois que o levaram para o hospital não havia recebido nenhuma notícia. Logo depois disso Márcio me dá um maço de correspondências e eu o pergunto se minha mãe está em casa ou se ao menos tinha lembrado de deixar as chaves na portaria. Ele diz: ‘sua mãe saiu, mas mandou avisar que X está aí e ela será sua nova tutora (?!); você sabe, Guilherme, ultimamente X não tem mais gostado de sair de casa (?!)'. Para tomar o elevador pego um atalho pela entrada lateral, de modo que não precisei entrar na festa. O elevador estava no térreo. Entrei e fui pensando num inusitado encontro com X a que,m há muito eu não via e que sem explicação alguma tinha virado minha tutora. O elevador sobe e começa a trepidar. E trepida cada vez mais forte. Fico ansioso porque ele não chega no meu andar. E de fato não chegou. Um dos meus maiores medos se confirmou: o cabo de sustentação arrebentou e fiquei gravitando enquanto o elevador entrava em queda livre.

2 comentários:

Desiree disse...

Guilherme, meu caro, isso é verdade? Poxa... que medo

Abraços

thais disse...

só pode ser sonho! hahaha