sexta-feira, 26 de junho de 2009

Adeus.

Acene um pouco mais a mão
Que eu não sei se isso é parte de um adeus
Sempre um pouco mais em vão.

2 comentários:

Anônimo disse...

Caiu uma folha
e duas
e três.
Pela lua nadava um peixe.
A água dorme uma hora
e o mar branco dorme cem.
A dama
estava morta no ramo.
A monja
cantava dentro da toronja.
A menina
ia pelo pinheiro à pinha.
E o pinheiro
buscava a peninha do trinado.
Mas o rouxinol
chorava suas feridas em redor.
E eu também
porque caiu uma folha
e duas
e três.
E uma cabeça de cristal
e um violino de papel
e a neve apodrecia com o mundo
uma a uma
duas a duas
e três a três.
Oh! duros marfins de carnes invisíveis!
Oh! golfo sem formigas do amanhecer!
Com o nume das ramas,
com o ai das damas,
com o coacho das rãs
e o geo amarelo do mel.
Chegará um torso de sombra
coroado de louros.
Será o céu para o vento
duro como uma parede
e as ramas desgalhadas
irão bailando com ele.
Uma a uma
ao redor da lua,
duas a duas
ao redor do sol,
e três a três
para que os marfins durmam bem.


F.G.Lorca
in Romanceiro Gitano
página 161

abs!

jonathan disse...

me emocionei aqui!
acho que ganhei mais um mito pra analisar.