Os japoneses consideram o supremo empreendimento da vida o cumprimento das próprias obrigações. Aceitam inteiramente o fato de que o cumprimento do on implica em sacrificar os desejos e os prazeres pessoais. A idéia de que a busca da felicidade seja uma finalidade séria na vida é para eles uma doutrina imoral, de causar estupefação. A felicidade é uma distração a que a pessoa se entrega quando pode, sendo, no entanto, de todo inconcebível dignificá-la como algo através do qual o Estado e a família devam ser julgados. O fato de que um homem muito sofra para atender às suas obrigações de chu, ko e giri está bem dentro de suas expectativas. Torna a vida dura, mas estão preparados para isso. Constantemente renunciam a prazeres que de modo algum consideram perversos. O que exige força de vontade vem a ser a mais admirada virtude no Japão.
(O Crisântemo e a Espada, Ruth Benedict)
(O Crisântemo e a Espada, Ruth Benedict)
2 comentários:
já os chineses acreditam que a Beleza, por exemplo, é fundamental (como diria o Vinicius), mas não pode ser o critério para se tomar as atitudes mais importantes na vida de um homem ou de uma mulher. para eles, quem morre pela Beleza pode estar a demonstrar uma certa frivolidade... acho isso engraçado.
gosto do pensamento chinês, principalmente das imagens e textos do I Ching. Mas morreria pela Beleza e nunca pela Verdade.
vixi, vc aí falando de japoneses e
eu falei de chineses. No fim das contas, eu adoro mesmo é os russos.
legal o
seu blog!
abs
Clarissa
e num segundo ele entendeu (mas não sentiu) o peso da sua própria estratégia:
-- vencia & perdia sempre pelo cansaço. Se fazia amar pela insistência.E pela insistência se fazia esquecer,dando murros em ponta de punhal, desligando a chaleira antes de ter a água no ponto para o chá, sendo rigoroso e chato até todo 'te quero' virar 'me solta', até todo 'nos vemos' se transformar em 'adeus'. Quebrando sempre as promessas que não fazia, a louça pintada a mão, as miniaturas e os espelhos, muito antes de aprender a verdadeira delicadeza e a secreta vaidade das mulheres (estranhas mulheres) que enfrentavam o desafio de tentar tocá-lo.
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