- Tenho uma idéia para uma história - dise ele, sem nem mesmo cumprimentá-la.
- Que tipo de história?
- Uma história de amor.
- De novo? - protestou Margot. - Isso já existe em excesso.
- Eu não acho - disse Elias segurando-a pelo braço.
- Então você quer falar sobre uma história de amor verdadeira.
- Quero.
- Isso é original - admitiu Margot. - Mas é preciso ter bons personagens.
- Você poderia me ajudar.
- Tudo bem - disse ela sorrindo. - Já imagino perfeitamente a mulher: ela inventou para si mesma um monte de histórias achando que aquilo era amor.
- Já o homem nunca tinha realimente vivido - encadeou Elias. - Passou muito tempo com uma mulher, mas não a amava.
- Então ele é duro na queda - disse Margot. - É muito difícil não se apaixonar.
- Parece que as coisas começaram mal entre os dois.
- Você tem razão. Não está começando muito bem.
Margot e Elias se sentaram lado a lado nos degraus, à entrada do prédio. Aproveitaram este momento anterior. Anterior a darem as mãos e anterior a se beijarem. Eles o protelaram, pois sabiam que isso tudo viria depois. Dali a um minuto, um dia ou uma semana.
(A gente se acostuma com o fim do mundo, Martin Page)
- Que tipo de história?
- Uma história de amor.
- De novo? - protestou Margot. - Isso já existe em excesso.
- Eu não acho - disse Elias segurando-a pelo braço.
- Então você quer falar sobre uma história de amor verdadeira.
- Quero.
- Isso é original - admitiu Margot. - Mas é preciso ter bons personagens.
- Você poderia me ajudar.
- Tudo bem - disse ela sorrindo. - Já imagino perfeitamente a mulher: ela inventou para si mesma um monte de histórias achando que aquilo era amor.
- Já o homem nunca tinha realimente vivido - encadeou Elias. - Passou muito tempo com uma mulher, mas não a amava.
- Então ele é duro na queda - disse Margot. - É muito difícil não se apaixonar.
- Parece que as coisas começaram mal entre os dois.
- Você tem razão. Não está começando muito bem.
Margot e Elias se sentaram lado a lado nos degraus, à entrada do prédio. Aproveitaram este momento anterior. Anterior a darem as mãos e anterior a se beijarem. Eles o protelaram, pois sabiam que isso tudo viria depois. Dali a um minuto, um dia ou uma semana.
(A gente se acostuma com o fim do mundo, Martin Page)
2 comentários:
O mito do amor romântico é o conto de fada dos adultos. O problema é que ele é uma versão às avessas: com o tempo, a princesa perde a delicadeza e o príncipe se transforma em sapos gordos e carecas...
Quero demais ler o livro.
Abraços
pior eh qdo a princesa fica gorda e careca e o principe perde a delicadeza... ;)
Desiree, qta profundidade, minina!
adorei sua gata de fartos bigodes!
leia o livro sim, é demais! aliás, nas palavras, nos livros, não tem como a gente não voar, não enfrentar desfiladeiros e penhascos, neh? já na 'real' somos obrigados a viver com sentimentos que passam longe da beleza, da delicadeza, de qq tipo de cuidado (com o Outro), lealdade, alegria ou compreensão!
beijucas, moça dos bigodes!
Clarissa
Postar um comentário