quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Descontinuidades.

Uma fotografia. Sim, novamente uma fotografia. A mesma delicadeza do ritual submarino. Exploração, nuances, aquela ambigüidade descarada – involuntariamente proposital. Só que no fundo do mar existe o fundo. O fundo do poço sem fundo. E infelizmente toda imagem não passa de uma ilusão: trancafia o espaço em um plano. Mais do que uma simples redução, uma aparente despersonalização. Falta o substrato encerrado nas conchas, o negrume, as veias – e não as artérias. A diferença entre as veias e as artérias é a mesma entre o sono e a fúria. A velha história das portas - de entrada, de saída, de espera. Portas que no fundo são a mesma, momentos separados feitos especialmente para alguém se afogar em um oceano. Um oceano e não um pequeno retângulo de papel em preto e branco.

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