terça-feira, 20 de maio de 2008

Monólogo (3).

Projeto em mim vários homens que confundem o absurdo pra tentar construir um todo sem contradição, mas o conflito se instaura quando entra um personagem que se tranca no ar:

- Lancei mão do improviso, fiz da sua lágrima o meu quintal. Mas, à parte do mundo, sou um monólogo de um par.

- Não faça do seu quintal o mundo todo é um grande sertão. O sol da aridez começa e termina dentro de um mesmo porão, a razão.

- Por favor, o silêncio também algo a falar. Pois as minhas palavras não conseguem silenciar.

- Se você acha que se fechar em si é a melhor solução, você se esquece que é apenas fruto de um intervalo assim, sem razão.

Eu vou sair de casa para me despir, deixar de lado o céu, interromper, voltar, criar, desconstruir. E vou radiografar tudo que eu sentir, cada pedaço seu que anestesia os meus sentidos, esquecer...

Vou devolver ao calendário as estações que faltam
Vestir de novo a vida que eu coloquei de molho
Mas, e se um dia o seu sol não raiar?
Pra onde é que eu vou fugir? Me diz...
E se o meu sonho acabar quando você me procurar lá fora?

Um comentário:

Anônimo disse...

cadê você coxinha?