Há algumas frases que, não sei bem por qual motivo, simplesmente entram em nossa mente e ali fixam residência. Recordo-me de um texto em que a Ana dizia, entre algumas idéias que desenvolvia, ‘talvez porque me faltem umas carnes’. O resto é história, enquanto esta pequena e aparentemente despropositada colocação se tornou memória. Como não poderia deixar de ser, se tornou memória muito provavelmente pelo mesmo motivo que ganhou materialidade no referido texto: certa contraposição. No meu caso em particular, isso talvez tenha a ver com a minha predileção pelas meninas ‘um pouquinho mais gordinhas’. É incrível porque não existe uma garota em forma que tenha o encantamento que estas tais meninas provocam em mim. Basta um olhar para sentir a diferença; uma gargalhada é a perdição. Há uma vitalidade que eu simplesmente não sou capaz de encontrar em nenhuma modelo. Mais uma vez isso, a tal da vida - nua e crua.
Saio de casa com um objetivo de adquirir um novo par de calçados. Mas antes de ir a loja, resolvo dar uma caminhada pelo shopping e quando dou por mim, a minha atenção já está do lado de fora: dentro de uma loja apenas vejo aquela expressão faceira. E realmente se tem algo que é capaz de me destruir completamente essa coisa é exatamente a beleza, afinal, ela provoca um tipo de deslocamento que me deixa completamente alheio a tudo o que está em torno do objeto revelador. E ela estava ali, diante dos meus olhos, no meio de tanta gente que é difícil explicar como eu fui capaz de captar o seu faro. Tudo bem. Terminado o instante, resolvo prosseguir até a loja de calçados em que eu havia reservado meu novo tênis. Antes de entrar, fico em frente à vitrine fingindo observar atentamente os modelos e lembro dos traumas, sobretudo aqueles gerados em meus pés por conta de uma numeração errada. Hesito em fazer a compra. Eis então a menina novamente reaparece. Não tenho escolha: hesitação interrompida.
Peço para experimentar o tênis e enquanto aguardo pelo vendedor, novamente detenho meu olhar na menina. Mais uma troca de olhares acontece – a primeira se deu quando ela entrou na loja e eu não fiz questão nenhuma de desviar. Diante de mim, um corpo sensual, contendo exatamente aquelas carnes que me faltam. Mas não apenas isso. Afinal, não bastassem as carnes no lugar e aquele rosto expressivo, havia ainda – ou seria principalmente? – os pés. Unhas pintadas de vermelho, com um anelzinho e uma tatuagem junto ao tornozelo. Número 40 que soavam como se fosse 35 tamanha a turbulência que me causavam. Por um instante cheguei a pensar que trabalhar em uma loja de calçados pudesse ser o melhor emprego do mundo. Só depois me lembrei que nem toda cliente se parece com a menina em questão – na verdade, a maioria significativa tende a ser o oposto dela.
Saí da loja. O calçado parecia apertar um pouco meus pés, mas mesmo assim levei o pacote estava em minhas mãos. Talvez por impulso. Ou apenas para tentar trazer novamente meus pensamentos à terra.
Saio de casa com um objetivo de adquirir um novo par de calçados. Mas antes de ir a loja, resolvo dar uma caminhada pelo shopping e quando dou por mim, a minha atenção já está do lado de fora: dentro de uma loja apenas vejo aquela expressão faceira. E realmente se tem algo que é capaz de me destruir completamente essa coisa é exatamente a beleza, afinal, ela provoca um tipo de deslocamento que me deixa completamente alheio a tudo o que está em torno do objeto revelador. E ela estava ali, diante dos meus olhos, no meio de tanta gente que é difícil explicar como eu fui capaz de captar o seu faro. Tudo bem. Terminado o instante, resolvo prosseguir até a loja de calçados em que eu havia reservado meu novo tênis. Antes de entrar, fico em frente à vitrine fingindo observar atentamente os modelos e lembro dos traumas, sobretudo aqueles gerados em meus pés por conta de uma numeração errada. Hesito em fazer a compra. Eis então a menina novamente reaparece. Não tenho escolha: hesitação interrompida.
Peço para experimentar o tênis e enquanto aguardo pelo vendedor, novamente detenho meu olhar na menina. Mais uma troca de olhares acontece – a primeira se deu quando ela entrou na loja e eu não fiz questão nenhuma de desviar. Diante de mim, um corpo sensual, contendo exatamente aquelas carnes que me faltam. Mas não apenas isso. Afinal, não bastassem as carnes no lugar e aquele rosto expressivo, havia ainda – ou seria principalmente? – os pés. Unhas pintadas de vermelho, com um anelzinho e uma tatuagem junto ao tornozelo. Número 40 que soavam como se fosse 35 tamanha a turbulência que me causavam. Por um instante cheguei a pensar que trabalhar em uma loja de calçados pudesse ser o melhor emprego do mundo. Só depois me lembrei que nem toda cliente se parece com a menina em questão – na verdade, a maioria significativa tende a ser o oposto dela.
Saí da loja. O calçado parecia apertar um pouco meus pés, mas mesmo assim levei o pacote estava em minhas mãos. Talvez por impulso. Ou apenas para tentar trazer novamente meus pensamentos à terra.
2 comentários:
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retorno 1:
Terça-feira, Janeiro 12, 2010
Domingo em Paris
- O que faz você feliz?
- O Pão de Açúcar, lá tem um montão de guloseimas e porcarias e leite condensado e, e, e, mais um montão de coisa!
- É mesmo, até fiquei sem resposta...
- E o que faz você feliz?
- Sei lá, muita coisa...
- Tipo o quê?
- Ah, muita, muita, muita coisa!
- Então quer dizer que você é daquele tipo de bobo que fica feliz até com bala azeda?
- É, tipo isso... E o que faz você feliz, faz alguém feliz?
- Bom, espero que sim, mas nunca fiz uma pesquisa de opinião pra saber a verdade verdadeira...
- Bala azeda faz muita gente feliz...
- Bala azeda me provoca reações faciais inesperada, incontroláveis e feias!
- Aposto que quem assiste isso fica muito feliz!
- E pimenta, te faz feliz?
- Depende, malagueta ou chiclé de pimenta?
- Chiclé...
- Faz não, mas eu sei que no olho do outro é refresco!
- Ok, cansei desse assunto... Próximo!
retorno 2:
às 14:13 0 comentários
As Raízes da Paixão...
- G.H., tá na hora da sua comidinha minha filha!
- O que tem, mamãe?
- Adivinha... Seu prato preferido! Papinha de baratinha!
- Êêêêêê!!! Adolo, mamãe!
- Hoje tá mais do que especial. Preparei com a barata da vizinha, que tava na minha cama! Eu fiz essa papinha pra me defender!
retorno 3:
http://www.youtube.com/watch?v=gJBPyPH2RtI
retorno 4:
retorno/chatice/canseira:
Will Robinson E Seus Robots
Ultraje a Rigor
Composição: Edgard/leôspa/maurício/roger
Perigo, Perigo!
Perigo, Perigo!
Perigo, Perigo!
Perigo, Perigo!
Cuidado Will!
Cuidado Will!
Cuidado Will!
Cuidado Will!
retorno... :(
retorno xpto - um dia a canseira acaba...
http://www.youtube.com/watch?v=inHI11zFb6Q
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