quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Outra de amor...

Toda paixão envolve o triunfo da esperança sobre o autoconhecimento.

No táxi a caminho da cidade, senti uma curiosa sensação de perda, de tristeza. será que aquilo poderia realmente ser amor? Falar de amor depois de mal termos passado uma manhã juntos era se deparar com cargas de ilusão romântica e imprecisão semântica. Mas só podemos nos apaixonar sem conhecer por quem nos apaixonamos. O movimento inicial está necessariamente fundamentado na ignorância. Então, se eu chamei isso de amor em face a tantas dúvidas, tanto psicológicas quanto epistemológicas, era talvez por uma crença de que a palavra nunca pudesse ser usada de forma precisa. Como o amor não era um lugar, uma cor, ou produto químico, mas toods os três e mais, ou nenhum deles e menos, será que qualquer pessoa não poderia falar e decidir como desejase quando a coisa chegasse a esse ponto? Essa questão não ficaria além do reino acadêmico do verdadeiro e do falso? Amor ou simples obsessão? Quem, senão o tempo(que mente por si próprio), poderia possivelmente começar a contar?

(Ensaios de Amor, Alain de Botton)

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