É Cintia Macena, a senhorita me faz rir...
Porque se você me chama de sádico - o que na verdade não sou - eu diria apenas e tão somente que a senhorita na melhor das hipóteses é masoquista (ou sadomasô!). Você gosta de se sentir ofendida e então procura ofensa até em elogio. Tudo é motivo para ofensa. Tudo. Todos os textos. Mas a verdade é que você jamais se reconhece em absolutamente nada que tentem dizer a você. Durante esse tempo todo, a sua surdez completa, foi O CERTO! O problema é que realmente esses sentimentos 'vis' existem em você - mas não apenas em você, como em toda a humanidade. Ponto pacífico. E é exatamente por isso que eu não tenho nenhuma raiva de você, nenhum ódio, embora a verdade é que realmente eu me decepcionei com a maneira como de repente você passou a tratar isso tudo. Decepções acontecem, fato. Não tem como fugir delas, mas eu achei que você teria mais bom senso. Aliás, você tem! Você SEMPRE tem!
Eu fico aqui realmente intrigado. Aquele papo da cobra não te desceu até hoje! Pelo menos você ter tocado no ponto já é um bom sinal! E eu ainda te acho uma cobra! No bom sentido. Mas eu já me cansei de te dizer o que significa. Nada do que eu te disse durante todo esse tempo você acreditou. Você já deve ter decorado o que eu te digo de cor e salteado, então não preciso repeti-lo. E se eu falei que você era um furacão, se a sua burrice - claro que eu sei que você é inteligente, cativante, etc, mas o problema é a cabeça dura mesmo - não te deixa ver que a palavra furacão pode ser empregada em sentidos menos convencionais, assim como a palavra estrago, eu fico apenas triste, porque sei que você sabe trabalhar as palavras e os sentidos muito bem para cair na bobeira de ver urubu onde não existe.
O problema, Cintia, é que você também - durante todo esse tempo faz e fez o que me acusa - condenou, julgou, analisou... Sacou? Só que a maneira como você põe as coisas visa livrar a sua cara e jogar a bomba para o outro lado. Você nunca em nenhum momento chegou a cogitar a hipótese mínima de que poderia estar equivocada. Parou para pensar nisso? E então, onde tem vida em você, Cintia? Claro que eu sei que tem. Eu não faço exatamente o que você faz - monstrifica as pessoas. Você pode não se dar conta, mas faz isso. Vide a sua última mensagem. Porque muito do que você reclama como se fosse o referencial da sua moralidade, você também cometeu em algum momento. Só que você é você! Rá! Hahahahaha. Nem lembrava que em outro momento da vida eu tinha brincado com isso, do você é você, por outros motivos. Só que a questão, Cintia, é que isso tudo nunca te fez menor aos meus olhos. Eu olho e penso: ok, ela é 'humana', as pessoas erram, ela não é perfeita. Mas você olha pra você mesma como se fosse a perfeição - até quando tenta negar isso.
E isso te torna menor? Não.
Não me importo nada de conversar em público, abrir o jogo. Não tenho medo nenhum do que as pessoas vão pensar a meu respeito, não tenho essa sua paranóia de se defender atacando para preservar a imagem. Porque não faz sentido. Não tenho o que esconder, Cintia. Por isso eu sou sincero. Por isso eu vou as raias da súplica, inclusive.
Você vive a reclamar sempre de que nesse blog eu não relato 'a verdade por trás dos fatos', quando você jamais disse 'a verdade'. E argumentos como 'as pessoas se magnetizam e se desmagnetizam' não resolvem - a não ser que se esteja fora do laço. Ou você se contentou com isso naquele seu ano ruim? Esse é o ponto Cintia. Eu poderia apostar que toda a descrição que eu fiz aqui se aplicam ao que você sentiu: você queria as explicações para as ausências. Saca, Cintia? Aquele papo de tentar tapar o abismo na sua frente ante uma coisa que você também via como um furacão - o furacão é aquilo que mexe com as suas estruturas e que te dá, dentre outras coisas paz! E você, 'meu furacão', me dava era paz! Sacou? Você fez Letras e não é nenhuma cabeça oca. Você sabe que era elogio de quem estava apaixonado. Mas se negou a aceitar aquilo. Foi o que eu escrevi no texto: confundiu libertação com salvação. E esse é o ponto: tudo você joga no balaio da salvação. Tudo é culpa da salvação. Quando eu escrevi que gostava era de ter você por perto, de conversar, brincar, quero dizer, de dar prosseguimento ao que a gente fazia espontaneamente, você tratou sistematicamente de negar tudo. Isso eu chamo de absurdo. Você deixou de lado aquele esforço de 'entender' o outro lado, de tentar não cair no perigo do 'mal entendido', para julgar, para ser a dona de todo o conhecimento verdadeiro da Terra! Uau! E pra que isso, Cintia?
Olha, pra você ter idéia, a sua presunção no último recado: 'sem aquela hipocrisia do se cuida'. O ponto é esse: quando você enquadra - e disso é o sólido a que eu me refiro, acabou. Não adianta dizer mais nada. Você lê tudo menos o que está escrito. Talvez porque tenha medo de aceitar que o que está escrito pode ser verdade. Daí sua insistência tão grande em negar tudo! E eu acho isso tão pequeno. Ouvir o outro é uma coisa interessante. E talvez tenha sido nosso maior ponto de desavença: enquanto a sua perspectiva foi sempre fechada em torno de si mesma - só eu sei o que eu sinto, só eu tenho as verdades, só eu sou portadora das resoluções! - eu sempre fui o contrário - nunca achei que o que tem em mim é formado apenas de mim. A gente falava sobre isso e era engraçado - no sentido de ser legal! A gente conversava para ver o que cada um pensava e se posicionava numa boa, até você ter dado essa louca e colocado em xeque exatamente tudo que você dizia. Você pediu sinceridade, mas não quis. Você falou que não iria se fechar, que tava na hora de se abrir, dar a cara a tapa, mas não se abriu. Óbvio Cintia que eu iria desabar! Porque eu pensava: ok, ela vai ler o que eu escrevi e vai se esforçar para sacar única e tão somente que 'aquele dia na praia, aquele orelhão, etc', como você colocou, foi um dia que me marcou. Que ela é um tipo de pessoa - dentre uma infinidade de tipos - com quem eu realmente gostaria de estar junto mais vezes, porque o 'furacão' me faz bem, me faz querer melhorar. Parecia para mim natural que de alguma maneira houvesse prosseguimento no curso das coisas. Até porque eu achei que a receptividade havia sido positiva. Eis que então, dali em diante você sabe no que deu. E não me venha aqui falar que eu uso meu blog como instrumento para te denegrir, como lirismo assassino, etc, porque você sabe que não é nada disso. E sabe muito bem! E sabe que eu quis de todas as maneiras te puxar, entender o que tava acontecendo, esclarecer as coisas no tempo em que elas ocorreram, e que ali, naquele tempo eu fiquei pelado na sua frente. E eu propus, inclusive, voltar ao Rio, te ver novamente olhos nos olhos pra esclarecer a coisa, mas você não quis. O que eu faço se eu não obtenho respostas? Nesse tempo, Cintia, eu evitava de postar no blog para que você não ficasse mais neurada ainda! Porque eu queria saber de você o que tava acontecendo! De você! Depois que você começou a ficar rude, eu resolvi desistir. Você não queria conversar mais! E então, aos poucos eu fui despejando toda a minha fraqueza, a minha dor diante da falta de respostas aqui. E esse espaço, me desculpe, mas é meu! E você vai ler aqui o que eu escrever. Se o que eu escrevo pra você hoje em dia te ofende, eu não posso fazer nada, porque você tem 'livre arbítrio', ou como você mesma diz, possibilidade de escolher! E muito me admira que uma pessoa que faz todas as escolhas certas faça exatamente a mais errada de todas que é ficar voltando ao local do crime! Hahahahaha. Pra que, Cintia? Você gosta de se ofender, percebe? E olha que eu não fico falando coisas realmente ultrajantes como 'a Cintia é uma idiota'. Nada disso. Eu não te acho idiota. E nunca houve esse tipo de ofensa. Mas os meus posts que tiveram você como foco expunham justamente as lacunas que ficaram por ser preenchidas. E eu te digo mais: muitos dos posts foram elogiosos, assim como muitas das outras músicas que compus cá e que tinham ligação com você simplesmente pelo fato de que eu não te odeio! Você cria até um ódio onde não existe, Cintia. Houve no máximo aquele ódio que só afirma o amor, a merda da falta e da saudade e que, portanto não é ódio. Volta praquele ano e eu te digo: você realmente sentiu ódio bruto em algum momento? Não. Não, Cintia! Não, não e não! Eu nunca senti ódio da Natasha, eu nunca senti ódio da Thais eu nunca senti ódio de você. Senão, eu não estaria falando contigo. Só que pra você é mais fácil falar: ele tem ódio de mim e é por isso que me ofende com tanta vontade. Interprete como melhor te convier, mas saiba que se pegar este caminho, ele estará totalmente equivocado. Aliás, eu sugiro que para entender a situação - que você ajudou a construir - você olhe mais para o seu passado, Cintia. Porque é realmente incrível como você mexeu tanto comigo a ponto d'eu me ver em todas aquelas suas descrições daquele seu 'ano negro'. E isso é o que eu ainda acho mais absurdo disso tudo: você não percebe que o que eu senti, a maneira como você me tratou - a sua escolha - foi exatamente a mesma com a qual te trataram e que quebraram você em duas metades. Só que hoje você está no lugar dele e vê as coisas segundo a parte que te é mais própria. É disso que eu falei nos textos: você não sai de dentro de você para olhar o que se passa fora. Você sente e ao mesmo tempo não sente, Cintia. E se você me põe a todo instante como um egoísta assassino cuja função é exclusivamente denegrir a sua belíssima imagem, você não percebe também a outra face da sua moeda.
Eu proponho que você deixe de se fazer de ofendida com coisas que não foram feitas para te ofender. Porque eu não fiquei me fazendo de ofendido por, por exemplo, você me analisar! Hahahahaha. E por que? Porque ao mesmo tempo que eu não me reconhecia em algumas coisas, em outras você era precisa! Totalmente. E eu não fico ofendida que você - mesmo dizendo que não - tente olhar pra mim, ver a minha mecânica. Não há motivos, Cintia. Todo mundo faz isso! TODO MUNDO! Não sou só eu, não é só você, mas a linguagem funciona a partir de categorias. Será que você não percebe que esse seu sentir em abstrato é completamente mentiroso? Os animais, Cintia, não amam porque eles não sabem o que é amor. Eles fazem sexo, eles tem instinto, eles se reproduzem. A gente põe uma capa de sentido nas coisas e o sentido é sempre esse duplo entre uma 'percepção e uma abstração'. O amor tá nessa merda dessa fronteira entre as palavras e as sensações. E se você sente em abstrato, realmente, você é uma pedra. Então sugiro que você - que gosta tanto das palavras e das linguagens - fique muda, vegete. Se eu te escrevi sempre, se eu escrevi aqui, foi simples, foi porque o que tava aqui, Cintia, era o que tava dentro de mim, me incomodando. E se você negar que nunca falou para que eu dissesse 'realmente' o que eu estava 'sentindo', então, realmente você está irreconhecível. É disso que eu peguei no seu pé com os textos sobre sinceridade. Óbvio que estes eram para você! Que tipo de sinceridade que você quer? É aquela demagógica em que não se pode dizer o que está dentro sob pena da repulsa? É essa? Porque se for, tudo bem. Eu tinha outro conceito de sinceridade, pelo menos da maneira como você expunha outrora.
O momento em que você passar novamente por uma situação como a minha, você vai perceber com clareza que não havia nada de errado ou absurdo no que eu te disse, na forma como eu me expus ou me posicionei. Mas isso você só vai perceber quando encontrar situação semelhante. Você vai ver o quanto é muito mais dolorido uma lacuna, a rudeza indiferente, do que uma palavra qualquer, que seja ela a mais vil de toda a humanidade. Porque ser indiferente é tratar o outro como nada. E eu já te falei disso lá no principio da coisa, quando você se importava mais com que estava ao redor.
Agora, eu volto a falar: apesar disso tudo, você é menor? Absolutamente não.
Eu não faço seus 'draminhas' de falar que a beleza do que havia se esvaiu por causa da ofensa. Eu continuo te falando: do primeiro e-mail até o último momento com você foi uma coisa realmente de outro nível. Hahahahaha. Você nunca acreditou nisso, no lance do 'outro nível'. Nem lembrava que eu tinha usado o termo, mas isso te definia muito bem. E é engraçado porque eu falava isso o tempo todo com outras pessoas ao meu redor, porque realmente isso dizia muito de você. Porque eu não sou o insensível que você pinta que olhava apenas e tão somente para a minha busca de prazer, mas achava bonito todo o seu esforço, Cintia, todo o seu movimento. Não me cansei de dizer isso, de te mostrar isso pontualmente, porque não era 'demagogia'. Foi o que eu te falei: você me fazia sentir amado e mais do que isso, da maneira como eu queria realmente ser amado. Isso é gostoso, Cintia. E um belo dia, sem mais nem menos, sem uma explicação suficientemente coerente, eu vejo a coisa mudando. As palavras de carinho que eram recebidas de maneira positiva, de repente viram OFENSAS! Dá uma lida nas estrofes paralelas da Convênio, do Violins.
O sono faz pensar no quanto eu ri
Ao te ouvir celebrar tudo o que eu fiz para chegar aqui
Isso te faz pedir por mais, pedir por mais
(...)
O sono faz pensar no quanto eu ri
Ao te ouvir reclamar de tudo que eu fiz pra chegar aqui
E isso te faz andar pra trás, andar pra trás...
Foi isso, Cintia. Incrível! Inacreditável. Absurdo.
Aquela velha história: tava bom demais para ser verdade!
Então, convenhamos que é uma situação na melhor das hipóteses muito maluca. É muito maluco o barco virar de repente, do nada. E se isso é fácil de você assimilar, eu peço desculpas, mas para mim não é. Eu só percebi mesmo que eu tenho que mudar a minha tara por mulheres loucas, como te disse, porque a loucura dela transcende a minha capacidade de compreender a situação. Elas aparecem da maneira mais inusitada na minha vida e desaparecem de outra ainda mais ininteligível. É loucura demais - o que as torna totalmente interessantes, óbvio - mas por outro lado é muita instabilidade. Não dá pra suportar isso, porque nunca se sabe o limiar em que o carinho vai virar uma ofensa pessoal e mortal. Dizer que se está apaixonado vira uma ofensa. Realmente a vida é um tremendo absurdo. Esse jogo de esconde esconde é complicado demais para mim. Totalmente. Eu dou aquela risada nervosa e estranha quando me pego pensando nesse tipo de coisa.
E óbvio que você tem razão quando me cutuca quanto aos meus medos totalmente infundados. E olha que engraçado, por ter medo de ofender eu ofendo! Que beleza! Por tentar de todas as maneiras possíveis agir da forma menos agressiva, eu agrido! Nossos velho amigo 'paradoxo', Cintia. Uau. Só que você se esquece que, como eu tinha te dito, se eu quisesse uma vida de avatar, eu teria me limitado a ficar aqui te imaginando. E não foi o que ocorreu.
E o que dizer para finalizar? A-verdade-em-si-mesma: eu não te odeio. Você tem a mania - e eu já te disse isso inúmeras vezes - de se enxergar única e exclusivamente como um catalisador de desastres. E esquece sumariamente de que você também faz bem as pessoas. E talvez seja esse o grande problema, não? Porque quando a outra pessoa se sente bem, ela quer mais e você não está disposta exatamente a criar vinculos, porque você vê muita 'responsabilidade' nisso. E aí eu apenas te mostro que é você quem leva muito mais a coisa a sério e aproveita menos da situação. Procura pela ofensa, procura pelos socos que nunca foram desferidos, pelo fim antecipado antes... do que, Cintia? Antes do que? Tá nisso a antecipação de que eu te falei. Eu tenho essa coisa da vida calculada tipo o professor do 'A Corrente do Bem', mas quando eu vi você, tudo o que eu quis foi justamente parar de usar as mesmas roupas, de vestir os mesmos hábitos. É essa a diferença entre libertação e salvação. Só que você se preocupou muito tempo 'em querer ser salva' para poder enxergar o que estava exatamente diante dos seus olhos. Talvez seja esse seu problema com a salvação: você não quer salvar, mas sim ser salva. É algo a se pensar, mas que não chega a ser totalmente despropositado. Por isso você bate tanto nesse tema. Ou então por não ser ele exatamente o ponto central, mas apenas uma maneira de jogar para o lado a questão principal. E isso a gente só descobre conversando, dialogando.
Para de ficar achando que eu tenho ódio de você porque eu sei das suas virtudes - e que não são apenas meras palavras, ou sofismas, como você deu pra apelidar a linguagem. O que mais me deixa indignado, Cintia, é sério, é que eu te vi pessoalmente. E eu simplesmente não consigo acreditar que essa pessoa aí das palavras é a mesma de 'carne, osso e ihhhhhhhhs'! Eu vi você! Tô falando de pele, de rosto, da maneira gostosa com a qual você consegue deixar uma pessoa tão introvertida como eu muito mais a vontade do que de costume - ainda que não tenha sido exatamente o suficiente. Saca? Não me entra na cabeça que essa pessoa tão legal, seja a mesma que se fez de ofendida por um esboço de carinho e de repente abriu mão da compreensão em nome de uma rudeza besta. Não deve ser a mesma pessoa que de repente sem mais nem menos parou de dizer e se limitou a falar, a andar em círculos e se esconder. Não pode ser! Não é a mesma pessoa que criou uma invasão fictícia para justificar tudo isso. Eu estive com você em três momentos. E não tem como essa mudança tão completamente inesperada. Eu ouvi você, Cintia. Saca? Por isso, não me entra na cabeça de modo algum que aquela pessoa tenha a vontade idiota de negar a si mesma. Eu tive nas suas frentes e lembro das suas gargalhadas. E quando lembro eu mesmo gargalho, porque eram gestos tão bonitos e espontâneos que simplesmente não há como não se comover. Esses sim os gestos bonitos e verdadeira marcantes. É disso que eu falo, Cintia: foi legal ver que aquelas 'palavras' suas no pré-Rio não eram sofismas! E de repente no Pós, viraram! Misteriosamente viraram. Se você tentava se explicar, se fazer entender, depois, não fazia mais questão nenhuma! E me vem falando que nunca quis se explicar em nenhum momento! Hahahahahaha! Era tão 'idiota', porque a gente sempre temendo ser mal compreendido tinha aquele esforço didático que beirava a bobeira. Mas que por trás demonstrava ao mesmo tempo medo e preocupação com o outro e que, portanto, eram sim verdadeiramente sinceros. Como as palavras que saiam da sua boca e as alternâncias nas suas expressões durante os momentos que nos falamos pessoalmente também o eram. Ali havia aquela sinceridade que você apregoava! Ali havia, sendo que o ápice foi justamente nos momentos em que eu vi que você não era tão somente um avatar. Em que eu vi seu corpo, olhei para os seus pés, vi o seu rosto e os seus olhos. Ouvi o seu chiado. Entendeu? Depois virou isso aí que virou - sem que houvesse a necessidade. Sabe o que sempre dói mais? É ver que as coisas poderiam se resolver de uma outra maneira melhor. Eu tentei fazer a minha parte para isso. Mas mesmo assim isso não deixa a consciência menos pesada, porque o que aconteceu foi isso aí, Cintia, de você cair nas armadilhas que você mesmo tentava apontar. Aquela coisa do perigo da má interpretação, etc. Tudo bem. Logo, eu ainda acho - ou pelo menos quero acreditar - que aquela Cintia lá do inicio até o Rio exista e que em algum momento ela - e não esta - se ponha a ler o que eu escrevi. Não custa sonhar, certo? Enfim.
Bem, menina 'odiadada' que desaprendeu a brincar, a sorrir, a ser cínica, eu espero apenas e tão somente que você resolva a frequentar esse blog não para encontrar vestígios de que eu esteja te colocando contra a cruz, te martirizando, santa 'Cintia Má', e que faça um uso positivo do que aqui está escrito. Senão, faça a escolha verdadeiramente certa e poupe a si mesma de se ofender gratuitamente. E que se você vier cá, você não se limite a falar, mas a dizer, o que não acontece há muito tempo. E que não se preocupe em se defender porque não há necessidade quando ninguém está te denegrindo. E que uma imagem, se você a julga como falsa, é apenas uma imagem - do contrário, você acha que o que eu falo é verdade, não? Não quero que você fique caçando aqui motivos para se sentir mal. Até porque eu te acho de outro nível e sempre te achei - mesmo quando não queria te achar. E que o problema é sempre a falta, Cintia. Mas, enfim. Você é você. Escolha e siga em frente! E eu sei que há beleza em você - por mais ache o oposto.
E se cuida - sem demagogia! Ou pensou que essa bobagem iria passar em branco?
Se cuida, Cintia Má.
Porque se você me chama de sádico - o que na verdade não sou - eu diria apenas e tão somente que a senhorita na melhor das hipóteses é masoquista (ou sadomasô!). Você gosta de se sentir ofendida e então procura ofensa até em elogio. Tudo é motivo para ofensa. Tudo. Todos os textos. Mas a verdade é que você jamais se reconhece em absolutamente nada que tentem dizer a você. Durante esse tempo todo, a sua surdez completa, foi O CERTO! O problema é que realmente esses sentimentos 'vis' existem em você - mas não apenas em você, como em toda a humanidade. Ponto pacífico. E é exatamente por isso que eu não tenho nenhuma raiva de você, nenhum ódio, embora a verdade é que realmente eu me decepcionei com a maneira como de repente você passou a tratar isso tudo. Decepções acontecem, fato. Não tem como fugir delas, mas eu achei que você teria mais bom senso. Aliás, você tem! Você SEMPRE tem!
Eu fico aqui realmente intrigado. Aquele papo da cobra não te desceu até hoje! Pelo menos você ter tocado no ponto já é um bom sinal! E eu ainda te acho uma cobra! No bom sentido. Mas eu já me cansei de te dizer o que significa. Nada do que eu te disse durante todo esse tempo você acreditou. Você já deve ter decorado o que eu te digo de cor e salteado, então não preciso repeti-lo. E se eu falei que você era um furacão, se a sua burrice - claro que eu sei que você é inteligente, cativante, etc, mas o problema é a cabeça dura mesmo - não te deixa ver que a palavra furacão pode ser empregada em sentidos menos convencionais, assim como a palavra estrago, eu fico apenas triste, porque sei que você sabe trabalhar as palavras e os sentidos muito bem para cair na bobeira de ver urubu onde não existe.
O problema, Cintia, é que você também - durante todo esse tempo faz e fez o que me acusa - condenou, julgou, analisou... Sacou? Só que a maneira como você põe as coisas visa livrar a sua cara e jogar a bomba para o outro lado. Você nunca em nenhum momento chegou a cogitar a hipótese mínima de que poderia estar equivocada. Parou para pensar nisso? E então, onde tem vida em você, Cintia? Claro que eu sei que tem. Eu não faço exatamente o que você faz - monstrifica as pessoas. Você pode não se dar conta, mas faz isso. Vide a sua última mensagem. Porque muito do que você reclama como se fosse o referencial da sua moralidade, você também cometeu em algum momento. Só que você é você! Rá! Hahahahaha. Nem lembrava que em outro momento da vida eu tinha brincado com isso, do você é você, por outros motivos. Só que a questão, Cintia, é que isso tudo nunca te fez menor aos meus olhos. Eu olho e penso: ok, ela é 'humana', as pessoas erram, ela não é perfeita. Mas você olha pra você mesma como se fosse a perfeição - até quando tenta negar isso.
E isso te torna menor? Não.
Não me importo nada de conversar em público, abrir o jogo. Não tenho medo nenhum do que as pessoas vão pensar a meu respeito, não tenho essa sua paranóia de se defender atacando para preservar a imagem. Porque não faz sentido. Não tenho o que esconder, Cintia. Por isso eu sou sincero. Por isso eu vou as raias da súplica, inclusive.
Você vive a reclamar sempre de que nesse blog eu não relato 'a verdade por trás dos fatos', quando você jamais disse 'a verdade'. E argumentos como 'as pessoas se magnetizam e se desmagnetizam' não resolvem - a não ser que se esteja fora do laço. Ou você se contentou com isso naquele seu ano ruim? Esse é o ponto Cintia. Eu poderia apostar que toda a descrição que eu fiz aqui se aplicam ao que você sentiu: você queria as explicações para as ausências. Saca, Cintia? Aquele papo de tentar tapar o abismo na sua frente ante uma coisa que você também via como um furacão - o furacão é aquilo que mexe com as suas estruturas e que te dá, dentre outras coisas paz! E você, 'meu furacão', me dava era paz! Sacou? Você fez Letras e não é nenhuma cabeça oca. Você sabe que era elogio de quem estava apaixonado. Mas se negou a aceitar aquilo. Foi o que eu escrevi no texto: confundiu libertação com salvação. E esse é o ponto: tudo você joga no balaio da salvação. Tudo é culpa da salvação. Quando eu escrevi que gostava era de ter você por perto, de conversar, brincar, quero dizer, de dar prosseguimento ao que a gente fazia espontaneamente, você tratou sistematicamente de negar tudo. Isso eu chamo de absurdo. Você deixou de lado aquele esforço de 'entender' o outro lado, de tentar não cair no perigo do 'mal entendido', para julgar, para ser a dona de todo o conhecimento verdadeiro da Terra! Uau! E pra que isso, Cintia?
Olha, pra você ter idéia, a sua presunção no último recado: 'sem aquela hipocrisia do se cuida'. O ponto é esse: quando você enquadra - e disso é o sólido a que eu me refiro, acabou. Não adianta dizer mais nada. Você lê tudo menos o que está escrito. Talvez porque tenha medo de aceitar que o que está escrito pode ser verdade. Daí sua insistência tão grande em negar tudo! E eu acho isso tão pequeno. Ouvir o outro é uma coisa interessante. E talvez tenha sido nosso maior ponto de desavença: enquanto a sua perspectiva foi sempre fechada em torno de si mesma - só eu sei o que eu sinto, só eu tenho as verdades, só eu sou portadora das resoluções! - eu sempre fui o contrário - nunca achei que o que tem em mim é formado apenas de mim. A gente falava sobre isso e era engraçado - no sentido de ser legal! A gente conversava para ver o que cada um pensava e se posicionava numa boa, até você ter dado essa louca e colocado em xeque exatamente tudo que você dizia. Você pediu sinceridade, mas não quis. Você falou que não iria se fechar, que tava na hora de se abrir, dar a cara a tapa, mas não se abriu. Óbvio Cintia que eu iria desabar! Porque eu pensava: ok, ela vai ler o que eu escrevi e vai se esforçar para sacar única e tão somente que 'aquele dia na praia, aquele orelhão, etc', como você colocou, foi um dia que me marcou. Que ela é um tipo de pessoa - dentre uma infinidade de tipos - com quem eu realmente gostaria de estar junto mais vezes, porque o 'furacão' me faz bem, me faz querer melhorar. Parecia para mim natural que de alguma maneira houvesse prosseguimento no curso das coisas. Até porque eu achei que a receptividade havia sido positiva. Eis que então, dali em diante você sabe no que deu. E não me venha aqui falar que eu uso meu blog como instrumento para te denegrir, como lirismo assassino, etc, porque você sabe que não é nada disso. E sabe muito bem! E sabe que eu quis de todas as maneiras te puxar, entender o que tava acontecendo, esclarecer as coisas no tempo em que elas ocorreram, e que ali, naquele tempo eu fiquei pelado na sua frente. E eu propus, inclusive, voltar ao Rio, te ver novamente olhos nos olhos pra esclarecer a coisa, mas você não quis. O que eu faço se eu não obtenho respostas? Nesse tempo, Cintia, eu evitava de postar no blog para que você não ficasse mais neurada ainda! Porque eu queria saber de você o que tava acontecendo! De você! Depois que você começou a ficar rude, eu resolvi desistir. Você não queria conversar mais! E então, aos poucos eu fui despejando toda a minha fraqueza, a minha dor diante da falta de respostas aqui. E esse espaço, me desculpe, mas é meu! E você vai ler aqui o que eu escrever. Se o que eu escrevo pra você hoje em dia te ofende, eu não posso fazer nada, porque você tem 'livre arbítrio', ou como você mesma diz, possibilidade de escolher! E muito me admira que uma pessoa que faz todas as escolhas certas faça exatamente a mais errada de todas que é ficar voltando ao local do crime! Hahahahaha. Pra que, Cintia? Você gosta de se ofender, percebe? E olha que eu não fico falando coisas realmente ultrajantes como 'a Cintia é uma idiota'. Nada disso. Eu não te acho idiota. E nunca houve esse tipo de ofensa. Mas os meus posts que tiveram você como foco expunham justamente as lacunas que ficaram por ser preenchidas. E eu te digo mais: muitos dos posts foram elogiosos, assim como muitas das outras músicas que compus cá e que tinham ligação com você simplesmente pelo fato de que eu não te odeio! Você cria até um ódio onde não existe, Cintia. Houve no máximo aquele ódio que só afirma o amor, a merda da falta e da saudade e que, portanto não é ódio. Volta praquele ano e eu te digo: você realmente sentiu ódio bruto em algum momento? Não. Não, Cintia! Não, não e não! Eu nunca senti ódio da Natasha, eu nunca senti ódio da Thais eu nunca senti ódio de você. Senão, eu não estaria falando contigo. Só que pra você é mais fácil falar: ele tem ódio de mim e é por isso que me ofende com tanta vontade. Interprete como melhor te convier, mas saiba que se pegar este caminho, ele estará totalmente equivocado. Aliás, eu sugiro que para entender a situação - que você ajudou a construir - você olhe mais para o seu passado, Cintia. Porque é realmente incrível como você mexeu tanto comigo a ponto d'eu me ver em todas aquelas suas descrições daquele seu 'ano negro'. E isso é o que eu ainda acho mais absurdo disso tudo: você não percebe que o que eu senti, a maneira como você me tratou - a sua escolha - foi exatamente a mesma com a qual te trataram e que quebraram você em duas metades. Só que hoje você está no lugar dele e vê as coisas segundo a parte que te é mais própria. É disso que eu falei nos textos: você não sai de dentro de você para olhar o que se passa fora. Você sente e ao mesmo tempo não sente, Cintia. E se você me põe a todo instante como um egoísta assassino cuja função é exclusivamente denegrir a sua belíssima imagem, você não percebe também a outra face da sua moeda.
Eu proponho que você deixe de se fazer de ofendida com coisas que não foram feitas para te ofender. Porque eu não fiquei me fazendo de ofendido por, por exemplo, você me analisar! Hahahahaha. E por que? Porque ao mesmo tempo que eu não me reconhecia em algumas coisas, em outras você era precisa! Totalmente. E eu não fico ofendida que você - mesmo dizendo que não - tente olhar pra mim, ver a minha mecânica. Não há motivos, Cintia. Todo mundo faz isso! TODO MUNDO! Não sou só eu, não é só você, mas a linguagem funciona a partir de categorias. Será que você não percebe que esse seu sentir em abstrato é completamente mentiroso? Os animais, Cintia, não amam porque eles não sabem o que é amor. Eles fazem sexo, eles tem instinto, eles se reproduzem. A gente põe uma capa de sentido nas coisas e o sentido é sempre esse duplo entre uma 'percepção e uma abstração'. O amor tá nessa merda dessa fronteira entre as palavras e as sensações. E se você sente em abstrato, realmente, você é uma pedra. Então sugiro que você - que gosta tanto das palavras e das linguagens - fique muda, vegete. Se eu te escrevi sempre, se eu escrevi aqui, foi simples, foi porque o que tava aqui, Cintia, era o que tava dentro de mim, me incomodando. E se você negar que nunca falou para que eu dissesse 'realmente' o que eu estava 'sentindo', então, realmente você está irreconhecível. É disso que eu peguei no seu pé com os textos sobre sinceridade. Óbvio que estes eram para você! Que tipo de sinceridade que você quer? É aquela demagógica em que não se pode dizer o que está dentro sob pena da repulsa? É essa? Porque se for, tudo bem. Eu tinha outro conceito de sinceridade, pelo menos da maneira como você expunha outrora.
O momento em que você passar novamente por uma situação como a minha, você vai perceber com clareza que não havia nada de errado ou absurdo no que eu te disse, na forma como eu me expus ou me posicionei. Mas isso você só vai perceber quando encontrar situação semelhante. Você vai ver o quanto é muito mais dolorido uma lacuna, a rudeza indiferente, do que uma palavra qualquer, que seja ela a mais vil de toda a humanidade. Porque ser indiferente é tratar o outro como nada. E eu já te falei disso lá no principio da coisa, quando você se importava mais com que estava ao redor.
Agora, eu volto a falar: apesar disso tudo, você é menor? Absolutamente não.
Eu não faço seus 'draminhas' de falar que a beleza do que havia se esvaiu por causa da ofensa. Eu continuo te falando: do primeiro e-mail até o último momento com você foi uma coisa realmente de outro nível. Hahahahaha. Você nunca acreditou nisso, no lance do 'outro nível'. Nem lembrava que eu tinha usado o termo, mas isso te definia muito bem. E é engraçado porque eu falava isso o tempo todo com outras pessoas ao meu redor, porque realmente isso dizia muito de você. Porque eu não sou o insensível que você pinta que olhava apenas e tão somente para a minha busca de prazer, mas achava bonito todo o seu esforço, Cintia, todo o seu movimento. Não me cansei de dizer isso, de te mostrar isso pontualmente, porque não era 'demagogia'. Foi o que eu te falei: você me fazia sentir amado e mais do que isso, da maneira como eu queria realmente ser amado. Isso é gostoso, Cintia. E um belo dia, sem mais nem menos, sem uma explicação suficientemente coerente, eu vejo a coisa mudando. As palavras de carinho que eram recebidas de maneira positiva, de repente viram OFENSAS! Dá uma lida nas estrofes paralelas da Convênio, do Violins.
O sono faz pensar no quanto eu ri
Ao te ouvir celebrar tudo o que eu fiz para chegar aqui
Isso te faz pedir por mais, pedir por mais
(...)
O sono faz pensar no quanto eu ri
Ao te ouvir reclamar de tudo que eu fiz pra chegar aqui
E isso te faz andar pra trás, andar pra trás...
Foi isso, Cintia. Incrível! Inacreditável. Absurdo.
Aquela velha história: tava bom demais para ser verdade!
Então, convenhamos que é uma situação na melhor das hipóteses muito maluca. É muito maluco o barco virar de repente, do nada. E se isso é fácil de você assimilar, eu peço desculpas, mas para mim não é. Eu só percebi mesmo que eu tenho que mudar a minha tara por mulheres loucas, como te disse, porque a loucura dela transcende a minha capacidade de compreender a situação. Elas aparecem da maneira mais inusitada na minha vida e desaparecem de outra ainda mais ininteligível. É loucura demais - o que as torna totalmente interessantes, óbvio - mas por outro lado é muita instabilidade. Não dá pra suportar isso, porque nunca se sabe o limiar em que o carinho vai virar uma ofensa pessoal e mortal. Dizer que se está apaixonado vira uma ofensa. Realmente a vida é um tremendo absurdo. Esse jogo de esconde esconde é complicado demais para mim. Totalmente. Eu dou aquela risada nervosa e estranha quando me pego pensando nesse tipo de coisa.
E óbvio que você tem razão quando me cutuca quanto aos meus medos totalmente infundados. E olha que engraçado, por ter medo de ofender eu ofendo! Que beleza! Por tentar de todas as maneiras possíveis agir da forma menos agressiva, eu agrido! Nossos velho amigo 'paradoxo', Cintia. Uau. Só que você se esquece que, como eu tinha te dito, se eu quisesse uma vida de avatar, eu teria me limitado a ficar aqui te imaginando. E não foi o que ocorreu.
E o que dizer para finalizar? A-verdade-em-si-mesma: eu não te odeio. Você tem a mania - e eu já te disse isso inúmeras vezes - de se enxergar única e exclusivamente como um catalisador de desastres. E esquece sumariamente de que você também faz bem as pessoas. E talvez seja esse o grande problema, não? Porque quando a outra pessoa se sente bem, ela quer mais e você não está disposta exatamente a criar vinculos, porque você vê muita 'responsabilidade' nisso. E aí eu apenas te mostro que é você quem leva muito mais a coisa a sério e aproveita menos da situação. Procura pela ofensa, procura pelos socos que nunca foram desferidos, pelo fim antecipado antes... do que, Cintia? Antes do que? Tá nisso a antecipação de que eu te falei. Eu tenho essa coisa da vida calculada tipo o professor do 'A Corrente do Bem', mas quando eu vi você, tudo o que eu quis foi justamente parar de usar as mesmas roupas, de vestir os mesmos hábitos. É essa a diferença entre libertação e salvação. Só que você se preocupou muito tempo 'em querer ser salva' para poder enxergar o que estava exatamente diante dos seus olhos. Talvez seja esse seu problema com a salvação: você não quer salvar, mas sim ser salva. É algo a se pensar, mas que não chega a ser totalmente despropositado. Por isso você bate tanto nesse tema. Ou então por não ser ele exatamente o ponto central, mas apenas uma maneira de jogar para o lado a questão principal. E isso a gente só descobre conversando, dialogando.
Para de ficar achando que eu tenho ódio de você porque eu sei das suas virtudes - e que não são apenas meras palavras, ou sofismas, como você deu pra apelidar a linguagem. O que mais me deixa indignado, Cintia, é sério, é que eu te vi pessoalmente. E eu simplesmente não consigo acreditar que essa pessoa aí das palavras é a mesma de 'carne, osso e ihhhhhhhhs'! Eu vi você! Tô falando de pele, de rosto, da maneira gostosa com a qual você consegue deixar uma pessoa tão introvertida como eu muito mais a vontade do que de costume - ainda que não tenha sido exatamente o suficiente. Saca? Não me entra na cabeça que essa pessoa tão legal, seja a mesma que se fez de ofendida por um esboço de carinho e de repente abriu mão da compreensão em nome de uma rudeza besta. Não deve ser a mesma pessoa que de repente sem mais nem menos parou de dizer e se limitou a falar, a andar em círculos e se esconder. Não pode ser! Não é a mesma pessoa que criou uma invasão fictícia para justificar tudo isso. Eu estive com você em três momentos. E não tem como essa mudança tão completamente inesperada. Eu ouvi você, Cintia. Saca? Por isso, não me entra na cabeça de modo algum que aquela pessoa tenha a vontade idiota de negar a si mesma. Eu tive nas suas frentes e lembro das suas gargalhadas. E quando lembro eu mesmo gargalho, porque eram gestos tão bonitos e espontâneos que simplesmente não há como não se comover. Esses sim os gestos bonitos e verdadeira marcantes. É disso que eu falo, Cintia: foi legal ver que aquelas 'palavras' suas no pré-Rio não eram sofismas! E de repente no Pós, viraram! Misteriosamente viraram. Se você tentava se explicar, se fazer entender, depois, não fazia mais questão nenhuma! E me vem falando que nunca quis se explicar em nenhum momento! Hahahahahaha! Era tão 'idiota', porque a gente sempre temendo ser mal compreendido tinha aquele esforço didático que beirava a bobeira. Mas que por trás demonstrava ao mesmo tempo medo e preocupação com o outro e que, portanto, eram sim verdadeiramente sinceros. Como as palavras que saiam da sua boca e as alternâncias nas suas expressões durante os momentos que nos falamos pessoalmente também o eram. Ali havia aquela sinceridade que você apregoava! Ali havia, sendo que o ápice foi justamente nos momentos em que eu vi que você não era tão somente um avatar. Em que eu vi seu corpo, olhei para os seus pés, vi o seu rosto e os seus olhos. Ouvi o seu chiado. Entendeu? Depois virou isso aí que virou - sem que houvesse a necessidade. Sabe o que sempre dói mais? É ver que as coisas poderiam se resolver de uma outra maneira melhor. Eu tentei fazer a minha parte para isso. Mas mesmo assim isso não deixa a consciência menos pesada, porque o que aconteceu foi isso aí, Cintia, de você cair nas armadilhas que você mesmo tentava apontar. Aquela coisa do perigo da má interpretação, etc. Tudo bem. Logo, eu ainda acho - ou pelo menos quero acreditar - que aquela Cintia lá do inicio até o Rio exista e que em algum momento ela - e não esta - se ponha a ler o que eu escrevi. Não custa sonhar, certo? Enfim.
Bem, menina 'odiadada' que desaprendeu a brincar, a sorrir, a ser cínica, eu espero apenas e tão somente que você resolva a frequentar esse blog não para encontrar vestígios de que eu esteja te colocando contra a cruz, te martirizando, santa 'Cintia Má', e que faça um uso positivo do que aqui está escrito. Senão, faça a escolha verdadeiramente certa e poupe a si mesma de se ofender gratuitamente. E que se você vier cá, você não se limite a falar, mas a dizer, o que não acontece há muito tempo. E que não se preocupe em se defender porque não há necessidade quando ninguém está te denegrindo. E que uma imagem, se você a julga como falsa, é apenas uma imagem - do contrário, você acha que o que eu falo é verdade, não? Não quero que você fique caçando aqui motivos para se sentir mal. Até porque eu te acho de outro nível e sempre te achei - mesmo quando não queria te achar. E que o problema é sempre a falta, Cintia. Mas, enfim. Você é você. Escolha e siga em frente! E eu sei que há beleza em você - por mais ache o oposto.
E se cuida - sem demagogia! Ou pensou que essa bobagem iria passar em branco?
Se cuida, Cintia Má.
5 comentários:
não vou ficar me intrometendo muito em debate alheio, minha cabeça dói pra caramba, não consegui escrever nada do que tenho pra entregar segunda-feira, há três dias não consigo trabalhar.
mas tenho que dizer que sua conversa com a Cintia me ajudou pra caralho, e q depois q screvi pra ti hj contando umas coisas bem caseiras, de dia a dia, da cahorra e tal, tive uma crise de choro que achei q nunca ia acabar. e foi bom. vc não sabe (aliás não sabe praticamente nada de mim, assim como eu sei quase nada de vc), mas chorar é uma das coisas que me faz bem pra caramba, e antes do C. nascer eu chorava muuuuuito mais. e tenho q te agradecer, mesmo, pelo bate boca de vcs dois aí.
espero q vcs dois se resolvam, e talvez pra isso precisassem falar pessoalmente. eu já te disse, né, Guilherme, q eu falando sou uma pessoa diferente da q escreve(acho q acontece com tudo mundo, em medidas diferentes, em graus diferentes. já tive duas amigas q perderam seus empregos por falarem coisas importantes por email. nos dois casos, se dirigiam às chefias, e as chefiam não gostaram do 'tom' do email. sentiram-se agredidas e desrespeitadas. a corda roeu do lado mais fraco, é óbvio.) eu escrevendo acho q tem a diferença entre o vidro e a água, a pele e a prata, o sussurro e a chama.isso creio q vc soh pensa que entendeu, mas não entendeu picas. então é por aí. insistir numa comunicação q soh vai fazer aumentar uma bola de neve acho que é mesmo masoquismo, ainda q eu não goste de ficar usando esse tipo de terminologia, pq me parece o primeiro caminho para uma hora dessas estragar todo esforço de interação com uma pessoa disparando a mais estúpida das frases: 'vá falar disso na sua terapia, na sua igreja'. isso me destrói. pq acho q isso destrói a esperança em diálogo, em vida, em troca, em comunidade, em tudo q pra mim tem algum valor. conversar com um amigo, pra mim, é a definição mais pura de 'Alegria'.
até pouco tempo atrás eu jamais tinha deixado de atender meu celular, ou de responder de imediato alguma msg, fosse de quem fosse. aprendi a fazer isso. e não gostei de ter aprendido. isso sim me faz pensar nas frases da música q vc cita aí: 'E isso te faz andar pra trás, andar pra trás...'
qdo a gente conhece um tantinho mais dos caminhos reais das pessoas, Guilherme, todos as teorias se tornam muito ridículas, simplesmente pq não se aplicam. acho estranho q uma pessoa inteligente como vc não perceba isso, e aí escreva um texto enorme que se perde em um monte de encruzilhadas, simplesmente pq o modelo pode ser perfeito, mas não se aplica ao caso em particular. só isso, como a história do Da Vinci e como ele achava que funcionava o coração humano.
de qq jeito, eu devo dizer q vc pra mim é alguém admirável. de verdade. talvez a gente nunca venha a se entender. mas eu sei q vc quer isso. e é lindo isso. eu tb quero, e não quero ter pressa. penso q falando seria muito melhor. mais prazeroso, mais vivo, mais rico. mas vc pode achar q não tem nada a ver, q não é o momento. vamos ver como nos movemos. e eu estou bem cansada, minha vida tá bonita de um jeito, de outro, tá complicada. a impressão q tenho é que rola o mesmo contigo.eu jamais teria ficado tanto tempo te acompanhando, lendo, se não sentisse por ti um afeto enorme. que não precisa ter origem ou explicação. nenhuma culpa ou senso de responsabildade por outro ser humano teriam me obrigado a fazer isso, que me custa muito, se eu não tivesse esse afeto. afeto pela pessoa que escreve. e isso é bom demais e eu senti poucas vezes com tanta intensidade, por isso dou muito valor. quando vc diz q precisa parar de se envolver com mulheres loucas, me chateia pq parece jogar tudo num modelão. quem te diz q amanhã mesmo não vai se interessar por uma mulher nada louca, q te enlouqueça e te adore?? bom já toh falando demais. sobre os espelhos, me parece óbvio que nunca estamos livres deles. nem vc nem eu nem ninguém. muitas vezes tenho dificuldade, nos seus diálogos, de saber se vc tá falando de vc ou de mim, mas quase sempre tenho a sensação de q isso fica misturado. é se por um lado é muito bom, por outro, pode gerar uma situação ruim, sem resultados, sem saída. e acho q não é o que a gente quer...
até
Renata
Dessa vez, Renata, não me alongarei. Uma palavra: SENSACIONAL. Mesmo. Você captou perfeitamente tudo o quanto esta mensagem tentou a todo custo registrar, para além de qualquer rancores ou birras que simplesmente não existem.
O problema sempre é a 'ruptura' do diálogo. É quando num momento começa tudo ali a se tornar dois monólogos: quando se tenta dizer e ouvir, mas do outro lado existem verdades que já estão definidas a priori.
SENSACIONAL. Concordo plenamente com o que está escrito.
Um abraço, Renata, e espero que as coisas por aí fluam. Que as lágrimas sirvam para limpar e te ajudar a prosseguir.
acho q vc foi irônico,
porque disse um abraço e não
um beijo, e diz esperar que as lágrimas SIRVAM pra limpar e continuar. talvez SIRVAM,sim. talvez não. talvez lágrimas não sirvam pra coisa nenhuma, Guilherme. mas é gostoso sentir. eu não neguei nada das coisas q vc disse a meu respeito aí nesse post de cima, pelo contrário, sei q tem razão em muita coisa. mas só a razão não me ajuda a melhorar. vc, sim, me ajuda. e dói. mas tb é bom. e acho q em alguns momentos te ajudei assim, tb. tá tocando lá na sala (toh screvendo no quarto) um fado, não sei quem tá cantando... 'Como se eu mandasse nas palavras/quiseram
que trocasse Sol por Lua/como se eu mandasse nas palavras/disseram-me que amar-te era ser tua'
pq acontece isso com a gente,
esse tipo de acaso, eu não sei.
talvez agora páre de acontecer.
sabe qual é a palavra pra confirmar
a ida desse comentário, as letrinhas de 'verificação de palavras'? 'ramboo'.
eu não toh sendo irônica
eu não sei muitas vezes se o
que sinto como 'rambo' nas
coisas q vc diz são vc, se são eu
se é o mundo inteiro, se é um jeito errado meu de perceber as coisas, as pessoas.
eu não sei de nenhuma verdade
q não gostasse de discutir
com vc e com as pessoas de quem eu gosto e tb de outras pessoas q vão aperecendo na minha vida, e que prefiro q seja sempre ao acaso, pq acredito q possa crescer com qq pessoa, se eu puder perceber essa pessoa de verdade. não sei de nenhuma música q não gostasse de ouvir com vc e vc me mostrou tão poucas, e num blog tirou sarro de uma do Fito Paez que cantei ontem, com um amigo num bar, e era linda mesmo, eu acho linda. a música era 'Um vestido e um amor'. vc disse 'acordes técno mélodicos completamente imbecis', eu nunca esqueci essa frase. e eu demorei a sacar q vc falava disso, sem nem saber qual era a música. acho q foi a única opinião que te dei sobre música, que é talvez o q vc mais gosta, mais pira. E tb posso ter inferido, lógico, tudo isso, viajado na maionese total. mas tem zilhões de coisas que foram sendo faladas e mal entendidas, e isso vai continuar assim ao infinito e ninguém vai dar jeito de parar a dor do desencontro. entende o que quero dizer?
eu tive e tenho raiva de vc
muitas vezes, mas uma raiva
q nunca dura mais que uns momente se eu volto pra te ler é pq sinto q vc gosta de mim.não quis e não quer nunca te botar pra baixo, mas fico pra baixo qdo as suas palavras me agridem e não posso controlar isso, a não ser te agredindo tb, o que poderia ser bom se eu estivesse perto e não do outro lado do vidro. pq logo em seguida a gente poderia gargalhar e se desculpar. na história da cachorrinha e da música sad lisa tem um monte de histórias minhas q vc não imagina nem tem q imaginar, como sei q tem nos seus textos. não toh fazendo drama com isso, mas é assim. eu sei q vc tá cansado e eu tb. mas não toh cansada de vc. tem mais trilhões de coisas, mas trilhões de coisas a gente nem diz, nem escreve, nem conta.
um bj
cara. isso é pura neura. i'm really over it.
nunca neguei a mim mesma. ponho o meu maldito coração em tudo o que faço. se não fui adiante com você é porque eu não achei que fosse correto. às favas se meus princípios não contam: eles vão continuar existindo e me regendo. eu fui sincera me calando, mais do que se falasse. discordei de você, me afastei, e esse foi o meu pecado. pecado inevitável; já te disse que não mudo pessoas. você viu em mim uma pancada de coisas que eu NÃO SOU e nunca serei, e quis coisas que eu não quis. mas isso não é motivo pra todo esse palavrório. eu não tenho a obrigação de ser do jeito que você imaginou, nem você tem a obrigação de ser do meu. paciência. respeito é ver a diferença e não investir contra, mesmo quando não se sabe o que fazer.
uma coisa que me irrita é que nunca te chamei de idiota nem similar a isso, e você vive apontando a faca pra si mesmo. eu não digo nada, aí você aponta a faca pra mim, pra ver se eu reajo (?). não reajo. bata, grite, duvide, provoque, rebaixe. quanto mais eu disser, mais cansaço e mais eu vou vendo que toda essa compreensão tua era só vontade de ser amado. tudo resume-se a isso. o plano desanda, e o mundo acaba? e então eu sou vilã e medíocre. fine. você venceu. feliz?
escreva o que quiser, quando quiser. seja feliz, vá em frente. não tenho mais coração no peito pra esse tipo de discussão, de amargor. leve a imagem que quiser de mim. daqui pra frente, só o eterno silêncio de Capitu me alimenta.
Nem vilã, nem mocinha, Cintia. Esse é o ponto que eu quero chegar. Você vem a esse espaço para se vitimizar e eu só to te colocando no mesmo patamar dos que tem carne e osso. Nunca quis que você me mudasse e você bate nessa tecla. Ok, bata. O pior é que você, mesmo sem dizer as claras, quis me mudar. Paciência. Viva a surdez, Cintia! Uma pena. Vejo eu também que toda aquela sua compreensão era completamente aparente: no fundo todo universo se restringe a você mesma - e só a você, detentora de todo o conhecimento da Terra. Uau! Se você não quer dialogar, Cintia, então tudo bem, bye bye! Fique presa ao seu monólogo e pense o que quiser a meu respeito.
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