segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

23:24

Depois do orgasmo a fumaça tenta, em vão, entorpecer.
Pra onde quer que o trem vá tu não te moves de você.

Nem o cinismo satisfaz o que nasceu pra perecer.
A ressonância faz da ponte um pastiche de papel.

As vidas secas no varal não têm mais cheiro de jasmim.
Mas o asseio em limpar conserva as manchas no lugar.

Não adianta explicar quando não se quer entender.
A ânsia de negar o pão só alimenta o mesmo.

Atravessar as plantações é atrofiar o coração:
O obsceno despertar pelo defeito pleno.
Porque ninguém salva o dia e a areia escorre.
Mas às vezes o amor nos faz trair a solidão e rir depois do triz.

Olha o que eu fiz!
Palmas pra mim!
A sua cena já não me comove mais.

Cospe aqui!
Diz que eu menti!
Você procura por alguém que seja a latrina do seu coração.
Um Deus a quem culpar pra se eximir.

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