quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Um réptil domesticado.

Amor e sexo têm em comum o fato de serem causas individuais, qualquer tentativa de compartilhar estas sensações com algum outro está condenada ao fracasso e só despertará em nós ira e mágoa.

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Que coisa é uma água que não molha você, um sol que não tem ilumina e aquece você, um amor que não destrói você?

(Técnicas de Masturbação entre Batman e Robin, Efraim Medina-Reyes)

Um comentário:

Anônimo disse...

'A iniciação de Alberto foi exatamente conforme o programa. Nenhum imprevisto veio complicá-la.
Eu lhe disse que tinha 'uma coisa' pra lhe mostrar. Levei-o pelo canal ao local previsto, de onde se podia ver, através das árvores, a clareira. Naquele trecho, o canal não estava totalmente seco - precaução indispensável para que ele não pudesse chegar à ilha e lá descobrir a presença de Frederico.
Apontei-lhe a cena com o dedo.
Eis o que Frederico tinha inventado em honra dele: Karol debaixo de uma árvore, ela atrás dele, ambos com a cabeça erguida, olhando algo na árvore, talvez um pássaro. Ele ergueu a mão. Ela ergue a mão.
As suas mãos, acima de suas cabeças, se interpenetraram "involuntariamente'". E no mesmo instante baixaram, com violência. Durante algum tempo, os dois contemplaram com atenção suas mãos. E bruscamente eles caíram, não se sabia bem qual dos dois fizera o outro perder o equilíbrio, parecia que eram as mãos que os tinham derrubado.
Eles caíram e por um momento permaneceram estirados um ao lado do outro, mas para logo se levantarem... e de novo ficaram de pé como se não soubessem o que fazer. Lentamente, ela se afastou. Ele atrás dela, e desapareceram entre as aveleiras.
Cena altamente requintada sob sua aparente 'simplicidade'.Pois a candura desse contato das mãos se complicava com um choque brutal - essa queda brusca no chão -, o natural se convulsionava bruscamente, escapava às normas com tal violência que no espaço de um segundo eles nos tinham parecido marionetes sob o poder de uma força elementar que os sobrepujava. Mas isso não durara mais do que um segundo, e a maneira com que eles se tinha levantado, e a calma e a ponderação de sua partida, tudo levava a asupor que já estavam habituados... que não era a primeira vez. Que aquelas quedas lhes era familiares.'

Witold Gombrowicz
'A Pornografia'/tradução Tati de Moraes, páginas 161/162 - Editora Nova Fronteira/pode ser encontrado na Bienal do Rio ou em qq sebo de BH, SP, DF ou POA.

(uma sombra passou por aki.)

hasta!