quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Obscenidades.

Respiro e persigo
uma luz de outras vidas.

E ainda que as janelas se fechem, meu pai
É certo que amanhece.

(Hilda Hilst)

***

Para poder morrer
Guardo insultos e agulhas
Entre as sedas do luto.

Para poder morrer
Desarmo as armadilhas
Me estendo entre as paredes
Derruídas.

Para poder morrer
Visto as cambraias
E apascento os olhos
Para novas vidas
Para poder morrer apetecida
Me cubro de promessas
Da memória.

Porque assim é preciso
Para que tu vivas.

(Hilda Hilst)

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