Quando não há jogo, os queixos descansam engastados nas palmas das mãos. O cigarro se consome lentamente no canto dos lábios... e então... quando menos se espera surge o sofrimento surdo, algo como uma nostalgia das entranhas que ignoram o que querem, enruga as testas, ah! como explicar este desespero, corremos para a rua, vamos até os apartamentos onde nunca falta uma vagabunda com quem se deitar e desafogar babando num mau sonho esta dor que não sabemos de onde vem nem para quê.
E é que todos trazemos dentro de nós um tédio horrível, um palavrão contido, um golpe que não sabe onde cair, e se o Relojoeiro desanca sua mulher a pontapés é porque na noite suja do quarto sua alma empoça uma dor que é como a aflição do nervo de um dente podre.
(As Feras, Roberto Arlt)
E é que todos trazemos dentro de nós um tédio horrível, um palavrão contido, um golpe que não sabe onde cair, e se o Relojoeiro desanca sua mulher a pontapés é porque na noite suja do quarto sua alma empoça uma dor que é como a aflição do nervo de um dente podre.
(As Feras, Roberto Arlt)
Nenhum comentário:
Postar um comentário