sábado, 11 de julho de 2009

Duas camisas e a antropologia.

5:25 da manhã

- Mãe, mãe, acorda, acorda. Já sei porque ontem deu aquele rolo na churrascaria.

Desacordada, a mãe dá trela:

- Por que?

Prestes a fazer uma revelação aparentemente ridícula, o rapaz, rindo sozinho sem parar, fala:

- Eu tava com aquela camisa branca. Toda vez que eu uso ela acontece alguma merda.

Aula de Antropologia

- Eu tinha uma camisa que eu achava linda. Mas toda vez que eu me atrevia a colocar ela algum absurdo acontecia. Coloquei uma vez, deu um problema no meu doutorado. Coloquei de novo, outro problema no meu doutorado. Mas eu pensei ‘como é que eu, uma futura doutora em Antropologia, posso acreditar numa superstição dessas? Essa bobagem é apenas uma coincidência’. Coloquei pela terceira vez e quase perdi meu doutorado. Por via das dúvidas, nunca mais usei aquela camisa. Era tão bonita...

A camisa branca

Ganhei ela de presente do meu irmão. Quando ele me viu usando pela primeira vez, disse: ‘nossa, mas ficou ótimo em você, Guilherme!’. E realmente havia caído muito bem em mim. Mas a verdade por trás dos fatos...

1. Perdi uma caneta de ponta porosa - ai que frescura! - que eu amava.
2. Tive um encontro péssimo.
3. Peguei uma chuvarada no caminho da casa do meu primo para a casa da minha avó em Mariana.
4. Tomei outra chuvarada no Carnaval de 2009 e voltei de Ouro Preto para Mariana completamente encharcado. Detalhe 1: Nessa ocasião em meio a subida do bloco (?!) ainda tive aquela incômoda sensação da água gelada concentrando-se no meu 'rego'. Detalhe 2: em ambas as chuvaradas, o céu estava azul e resplandecente.

Mesmo sabendo da fama da camiseta, eu decidi colocar em risco a minha vida e a do Tio Beto:

- Tio Beto, essa camisa branca aí geralmente dá azar. Mas eu vou viajar com ela assim mesmo.
- Não põe ela não, Guilherme.

Não é preciso dizer que, embora dos males tenha sido o menor, o ônibus em questão quebrou e tivemos que ficar duas horas parados aguardando outro ônibus. Ontem na churrascaria foi apenas a gota d’água.

A camisa cinza

Se ironicamente a pureza da camisa branca era na verdade um sinal de impureza, por outro lado, é interessante relembrar a existência da minha bela camisa cinza que ganhei de aniversário da Lena, amiga da minha mãe que mora em Santos – meu irmão sempre foi doido pra surrupiar ela de mim! Hahahahaha. Com ela estou imune a tudo e tenho registrado alguns dos melhores momentos da minha vida. E apesar dos seus ‘furinhos’ que estão começando a aparecer, não posso abrir mão do meu manto sagrado e protetor.

1. Minha monografia foi execrada, mas apesar de tudo isso, eu ainda tirei nota alta.
2. Conheci a Júlia quando estava com a camisa cinza.
3. Por muita sorte encontrei com a Gaby antes dela viajar quando eu estava com a camisa cinza.
4. Ouvi Cher Antoine ao vivo com a minha camisa cinza.
5. Praticamente todas as fotos que eu tenho, por coincidência eu tirei com a minha camisa cinza. E fiquei relativamente fotogênico.
6. Tive um encontro inesquecível.

Conclusões

É Frazer, os poderes mágicos existem. Era fatal, era fatal, era fatal.

E/ou

É Thiago, tá querendo descarregar em mim suas mandingas e ainda por cima recolher o meu ramo de ouro prata! Hahahahaha!

4 comentários:

Anônimo disse...

Isso só prova uma coisa: a vida não tem lógiga, já que apenas as coisas sem lógica explicam-na...

Conselho: compra umas 100 camisas cinzas ... e pra garantir, usa duas ao mesmo tempo ...

(Uma sombra passou por aqui)

Ana disse...

hahahahahahahaha
viu, ficou falando mal do misticismo da lara outro dia...

e que isso, comentário acima, super tem lógica!

Desiree disse...

Que massa essa história, Guilherme! hahaha Eu também tenho uma blusa "da sorte". Fiz as provas de segunda etapa com ela. As três. hahahuahaauaua

thais disse...

AHAHAHAHAHA! a da aula de antropologia foi muito engraçada.
e acho que conheço a camisa cinza. beijos!