domingo, 5 de outubro de 2008

Limdo, limdo...

Dói, dói e dói. Não é que doa exatamente, embora doa, ou talvez não haja registrado nesse lindo e triste idioma – nem em algum que seja feio e feliz - uma palavra que configure especificamente esse tipo de sensação abstrata. É uma dor que dói e não dói e lateja e mexe e desconcerta e transfigura e deixa marcas – que ninguém enxerga. Sim, ninguém enxerga, ninguém percebe, ninguém sente, exceto. Ninguém. Não são palavras, parece mais um faqueiro completo, Ginsu 2000, afiado, doidinho pra tocar você. Imagina o peso de 24 peças te perfurando ao mesmo tempo. Dói e não dói. E dói. Não dói exatamente. Mas descascar, ficar nu, sempre é algo tanto quanto estranho, a-pa-ren-te-me-nte incômodo. Entenderem é estranho, bonito e in dolor. Dói, quer dizer, não dói, quer dizer, isso que se sente quando se pensa e se tenta negar o que se sabe que é.

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