28 de janeiro de 1937.
Qualquer desgraça, ou é engano de nossa parte e não desgraça, ou então nasce de uma nossa insuficiência culposa. E já que nos enganamos a culpa é nossa, é somente a nós mesmos que cabe a culpa em qualquer desgraça. E agora console-se.
30 de setembro de 1937.
Mas isto é o mais atroz: a arte da vida consiste em esconder às pessoas mais queridas a alegria pessoal de estar com elas, senão acabamos por perdê-las.
16 de novembro de 1937.
Para possuir algo, ou alguém, é preciso não se lhe entregar, não perder a cabeça por isso, enfim, permanecer superior. Mas é lei da vida que a gente somente goza daquilo que se entrega. Os inventores do amor de Deus é que eram entendidos: não existe mais nada que ao mesmo tempo a gente consiga possuir e gozar.
17 de novembro de 1937.
Toda mulher deseja avidamente um amigo a quem fazer confidências e que possa preencher o vazio das horas em que o terceiro está distante; exige que esse amigo não a perturbe em seu amor: mas quando o amigo se recolhe dentro de si e reprime seus olhares e palavras com o único fito de não mais sofrer com aquele desejo, logo a mulher – toda mulher – volta a lançar olhares, unhas e palavras para saber e ver que ele sofre. E ela o faz sem perceber.
E, sobretudo, lembrar-se de que fazer poesia é como fazer amor: a gente nunca há de saber se a alegria que sente está sendo compartilhada.
É incrível que a mulher idolatrada venha dizer que seus dias são vazios e atormentados, mas que ela não quer nada conosco.
A recompensa por ter sofrido tanto é depois morrer como um cachorro.
(O ofício de viver, Cesare Pavese)
Qualquer desgraça, ou é engano de nossa parte e não desgraça, ou então nasce de uma nossa insuficiência culposa. E já que nos enganamos a culpa é nossa, é somente a nós mesmos que cabe a culpa em qualquer desgraça. E agora console-se.
30 de setembro de 1937.
Mas isto é o mais atroz: a arte da vida consiste em esconder às pessoas mais queridas a alegria pessoal de estar com elas, senão acabamos por perdê-las.
16 de novembro de 1937.
Para possuir algo, ou alguém, é preciso não se lhe entregar, não perder a cabeça por isso, enfim, permanecer superior. Mas é lei da vida que a gente somente goza daquilo que se entrega. Os inventores do amor de Deus é que eram entendidos: não existe mais nada que ao mesmo tempo a gente consiga possuir e gozar.
17 de novembro de 1937.
Toda mulher deseja avidamente um amigo a quem fazer confidências e que possa preencher o vazio das horas em que o terceiro está distante; exige que esse amigo não a perturbe em seu amor: mas quando o amigo se recolhe dentro de si e reprime seus olhares e palavras com o único fito de não mais sofrer com aquele desejo, logo a mulher – toda mulher – volta a lançar olhares, unhas e palavras para saber e ver que ele sofre. E ela o faz sem perceber.
E, sobretudo, lembrar-se de que fazer poesia é como fazer amor: a gente nunca há de saber se a alegria que sente está sendo compartilhada.
É incrível que a mulher idolatrada venha dizer que seus dias são vazios e atormentados, mas que ela não quer nada conosco.
A recompensa por ter sofrido tanto é depois morrer como um cachorro.
(O ofício de viver, Cesare Pavese)
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