terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Silêncios.

- Mas é que...
- (Shhhhhhhh).
- Ma...
- Não precisa explicar. Não precisa.

***

Médico:

- Acho que a sua única chance é tentar uma lobotomia.

15 comentários:

Anônimo disse...

nem lobotomia adianta (rs)
e os prazos tão indo prás picas, mas aprendi a negociar... tudo se aprende.

por vc, vale aprender o que eu achei que nunca poderia... mas tudo leva o maldito/bendito tempo... salve Vênus! salve Saturno.

se cuida...
http://br.youtube.com/watch?v=6lLs2dC9NaE

Where I'm Anymore disse...

Se nem lobotomia adianta, então realmente a vaca foi pro brejo, viu Renata! Era a última salvação!

Quanto ao video, duas coisas:

1) Detesto Beatles. Acho eles superestimados, etc.

2) Embora não seja lá um fã dos John Lennon, você bingou: amo Jealous Guy.

Continuando com os vídeos, fica este de presente:

http://br.youtube.com/watch?v=GoLJJRIWCLU

Beijão menina!

Anônimo disse...

eu contigo falei de mim tão pouco...

e ainda assim tanto desencontro!
é silêncio ou explosão
riso ou atraso
excesso de atenção
ou de descaso

cuidado com a ditadura do
teu gosto (e eu com o meu!)
cuidado com o gosto do teu osso...(eu com o meu!)

gosto temos todos
açúcar e sal
açúcar e sal
açúcar e sal

com os ossos
o caso é que
todos são nossos
e sonhei de novo

mas não com as tumbas!


se vc não acredita no quanto
é bonito, vai ter que esperar
pra ver. se vai falar do temperatura ou da última banda de rock enquanto a banda passa, alguns vão te esperar mas nem todos, eu acho. eu gosto de doçura, sim. adoro. e vc também.

mas parece que
amadurece o acre
e doce adoece

amacia
suspira
mela.

eu te entendo.
mas vou vivendo.

bjs, menino.

Where I'm Anymore disse...

Bem Renata, menina.

Eu acho muito engraçado a senhorita vir a esse espaço e falar essas coisas, porque, inclusive é muito estranho que a maneira como você me peita e coloca contra a parede faz sentido demais as circunstâncias que passo na minha vida. Eu estou a um passo de ter de volta o meu coração livre, a minha consciência tranquila. E aí vem você e me diz coisas que são pontuais demais para se desconfiar de mero acaso. E nem vejo como problema você me 'peitar'. Nada de errado. Mas eu simplesmente não entendo: eu sempre estou do lado inverso do que se espera, percebe? Se eu me comprometo, se estou próximo, ouço e dou a minha opinião, eu invado. Se me distancio um pouco, sou indiferente, seco. Se tento ser carinhoso, sou doce demais, passo por falso. Se mostro as dores que tenho, o contrário: sou um bruto sem piedade nem coração. Ou 8 ou 80. A linha que demarca a fronteira sempre é fina demais, sempre caio para um lado e mais do que isso, para o lado errado. Se me preocupo, erro; se peço desculpas, erro. Ué? Qual é o termômetro. Porque realmente eu não sei amar. Eu sempre amo errado, sempre machuco, sou omisso, insensível, escroto. Pera lá. Eu não entendo nada dessas lógicas do amor, do carinho. Eu nunca sou açucar e sal ao mesmo tempo; sempre um ou outro, mesmo tentando chegar no meio. E se eu chego no meio, eu tinha que ser açucar, eu tinha que ser sal. Eu sou o inverso do que se espera. Pera lá: qual a saída da caverna? Se eu falo que amo, não acreditam. Amo errado sempre. Ai vem e falam do meu jeito: 'alguns vão esperar mas nem todos'. Eu já ouvi isso recentemente. 'Alguns vão compreender seu jeito, mas nem todos'. Eu entendi! A pessoas sempre me entende, mas nunca me entende. É aquele verso oculto da Auto-Paparazzi: 'você descobre tudo que eu sou e então me cobra tudo o que eu não sou'. Eu peço a mão, peço ajuda, quero e saem. Eu fico sem saber. E a cada dia sei menos. O que você escreve sob poesia eu já ouvi em prosa. E é realmente tudo muito estranho. Eu te pergunto: qual é a saída, Renata? Qual é a saída? Porque do jeito que você coloca, realmente eu tô num beco. E aí?

Enfim.

http://br.youtube.com/watch?v=7MREw-cq9vw&feature=related

Beijão.

Guilherme.

Anônimo disse...

pensei muito se devia te deixar quietinho e em paz em vez de vir aqui. mas queria te falar. e afinal vc aí tá me pedindo pra falar, não é? tá dizendo: 'eu te pergunto, Renata...'

Então queria responder, e queria
começar com uma brincadeira, com um tipo de maluquice mesmo, que não sei se vc chegou a perceber.e não ligo se vc me chamar de lunática, pq sou mesmo um pouquinho ;)

eu sempre bato o olho nos números quando a gente se fala, e muitas vezes dá 28. Hoje aconteceu com seu horário de postar (19h09) e com o meu (18h18 2008- horário duplo, como gosta a sua amiga Thaís). Claro que 'forcei' e usei dois critérios diferentes para chegar nessa soma.
mas ainda vale.
O número do meu celular soma 28.O número do celular de um amigo cada vez mais querido soma 28. Num dia maluco, num 1ª de janeiro em que ele me ligou e nenhum dos dois sabia o que dizer ao outro, todos os números da ligação somavam 28.

É claro que isso não é nada. É apenas um tipo de brinquedo, de jogo, que comecei a fazer e para o qual agucei minha atenção.

Encontrei há um ano um livro, que um dia queria te mostrar, que se chama 'Uma Visão'. É do irlandês W.B.Yeats, poeta de quem eu gosto e que uma vez, confundindo ele com o Dylan Thomas, acabei botando um trecho de poema num blog meu. E o trecho que escolhi, quanto mais eu sentia e pensava e comparava, me mostrava que a criação, a poesia, a vida, são coisas que estão o tempo todo nos rodeando, às vezes no olho das pessoas, dos bichos, às vezes nos ossos, ás vezes nos montes de lixo dos quais a gente tenta se desviar, mas que muitas vezes são parte da gente. Coisas das quais a gente gostaria de esquecer, de se livrar, mas de que precisa pra criar e para continuar vivo. Ninguém precisa, parece dizer o poema, de um tema ou de uma musa para escrever; basta deixar emergir as imagens do que está vivo, dentro e fora da gente.
E entre essas coisas tem de tudo, né? Tem leveza, tem beleza, peso e dor. Eu quase que só consigo escrever quando sinto dor. Não queria que fosse assim, mas é.

Bom, esse livro fala sobre 28 encarnações, 28 tipos de personalidades diferentes, de tipos humanos que se repetem, mas é claro, sempre cada qual com sua peculiaridade, sua individualidade única. É um livro 'espiritual' mas não 'espírita', um texto bem difícil, mas traz imagens e combinações geométricas que me aparecem com extrema frequência nos últimos 20/25 anos.

Onde quero chegar? olha, prestar atenção aos símbolos talvez seja a coisa mais estimulante que alguém pode fazer. e como diz o Fernando Pessoa, se calhar, tudo é simbolo.E sonho é símbolo e eu sonho contigo. Mas como vc me pediu, vou tentar parar de sonhar. se não pode ser riqueza dividida, que pelo menos não se torne um peso ou um fardo pra ninguém.

Eu acho que se passei a sonhar com você (é a impressão que me passa)ou é por alguma questçao espiritual, que me escapa, ou porque você trabalha isso,esse lance do simbólico,de uma maneira muito intensa. Muito rica. Você não trabalha apenas com as palavras (e com as palavras trabalha muito bem), mas também com as imagens e com os sons. Acho difícil conhecer alguém da minha convivência que trabalhe todos esses níveis com a atenção e o refinamento que vc consegue.
E isso produz e é produzido, em parte, por uma riqueza de imaginário que transparece em você inteiro, no seu jeito, nos seus gestos. No que vc troca por aí, em coisas bonitas que faz e que dá/troca com os outros. Acho que deve ser gostoso isso, estimulante.

Mas sabe, Guilherme, parece que muitas vezes vc não percebe direito como isso acaba afetando você, seus contatos mais diretos com as pessoas. É como se acreditasse que a linguagem poética é toda a linguagem. Que aquilo que vc expressa tão bem quando faz um poema ou escolhe uma série de fotos, de imagens, de sons, é da mesma natureza do que vc expressa quando quer chegar nas pessoas de uma maneira mais direta.

E me parece que não funciona assim.

Para não me alongar demais (daria uma boiada inteira pra te 'falar' essas coisas, em vez de escrever), o que eu percebo é que quando o trato é com a realidade direta, necessariamente temos de ser mais simples.Ponto. Não, tem mais uma coisa: ser mais simples, mas nunca menos verdadeiros. A boa conversa exige tanto cuidado e atenção como a prosa ou a poesia. E é preciso querer mergulhar tb na conversa. E perder a timidez e ser tão sem reservas como quando um poeta escreve. E não só com os amigos, os chegados, com quem a intimidade tudo facilita. Conheci há uns meses um rapaz muito simples, autodidata, que me chamou a atenção pela firmeza da voz e pelos gestos. Vamos provavelmente trabalhar juntos em um projeto. Na primeira vez que sentamos pra conversar, numa mesa de padaria, não conseguimos parar de falar. Ficamos conversando das 10 da manhã às 8h da noite. Isso pode acontecer as vezes. Quando me acontece, parece um presente do destino. E há muito não acontecia.
Na internet, que é maravilhosa para estimular o tipo de capacidades que vc tem, ao mesmo tempo me parece que a 'conversa' se atrofia, se banaliza. Uma parte da comunicação fica impossibilitada ou truncada.

Olha como eu vejo a coisa: não dá para esperar que uma mulher que te deseja e que vc deseja entenda, quando vc coloca pra ela uma fita que tem a canção mais romântica, terna e apaixonada, e, na sequência, mete um um rock and roll que desanca com toda e qq idéia de amor romântico e parece que está a intimá-la para uma trepada no próximo minuto. Nada contra o rock nem a favor da música romantica, mas o contraste gera estranheza. Fica parecendo sarro, fica parecendo agressão. Mesmo que não seja. Também não dá pra falar com ela da forma mais carinhosa em um lugar, e em outro fazer um raio-x de tudo o que vc acha que não faz sentido, nela ou na vida que vc acredita que é a vida que ela vive, ou imagina, ou brinca, o que acaba dando quase no mesmo.

Vou te dar um exemplo prático:
quando vc diz no comentário aí de cima: 'se nem lobotomia adianta a vaca foi pro brejo', me soa horrivelmente. eu não sei se é uma brincadeira, como a que eu fiz no meu comentário e coloquei -rs-, ou se é uma enorme crítica, querendo dizer que eu não tenho a menor noção da realidade. Essa sensação é reafirmada com 'Detesto os Beatles', pq mais uma vez é como um porrada, um juízo de valor, uma 'desvalidação' à queima roupa do que te mandei pra te fazer um carinho, pra dizer que sou ciumenta mas quero aprender a não ser. Isso acontece com vc o tempo todo. Vc manda mensagens que do ponto de vista do que é poético não têm nenhum problema, pq a poesia é multifacetada, cabe o mundo nela, da ironia ao êxtase, nela a gente pode ser tudo ao mesmo tempo agora, pode ser ao mesmo tempo lógico e surreal.
Mas quando vc quer falar com uma pessoa de forma mais direta, isso gera conflito.confusão. explosão.

Já falei demais, espero não ter te cansado ou falado bobagens.

Por fim queria te dizer ainda que gostar de você tem sido uma coisa meio maluca prá mim. Mexeu com a minha vida, me dá prazer e tb me dá medo. Me faz sonhar, mas também percebo que me tornei mais racional, menos emotiva. Na verdade eu não gosto disso. É como se estivesse deixando de ser eu, quando não choro mais com a mesma facilidade ou abandono.
Pode ter sido um pouco por sua influência, um pouco pela idade, pelo tempo, pela maternidade. Eu não sei o que vai acontecer comigo. E também não fico me preocupando muito com isso, mas tento ficar no limite do que são os meus desejos e das responsabilidade por pessoas que gostam de mim, que confiam em mim.

Eu acho, Guilherme, que vc ainda não sabe bem o que quer da sua vida. E não vejo nada de errado nisso, pq pra falar bem a verdade sempre achei que a maioria das pessoas não sabe, mas elas fingem que sabem e ficam muito chatas.

Não quero nunca cobrar nada de vc.nem costumo deixar que cobrem nada de mim. afora isso, há uma fantasia de querer com você simplesmente tudo. tudo que um ser humano sensível possa querer de outro. mas embora seja horrívelmente ciumenta, não me passa pela cabeça esperar de ti nada que não seja um ampliar da minha e da sua liberdade.

Um beijo
Renata

Where I'm Anymore disse...

Renata, tudo bem?

Assim que eu tiver um pouco mais de forças, volto a esse espaço para responde a sua última mensagem. Estou gripadaço, um caco total como há muito tempo não estive.

Um beijão,

Guilherme

Anônimo disse...

se cuida...

Where I'm Anymore disse...

Olá Renata!

Tenho uma 'dívida' com você e vim aqui pagar! Deixo bem claro que não se trata de nenhuma obrigação, mas que, ao contrário, me é prazeroso vir até aqui conversar com você.

Vou começar com um problema: eu realmente costumo ser 'mal entendido'. E você, pra variar, também não me entendeu! Quero dizer, quando falei para você que detestava os Beatles - e realmente detesto e estou sendo verdadeiro contigo - e que também não sou lá muito chegado no John Lennon, foi pra enfatizar que mesmo com toda a possibilidade de você me mandar uma música que eu não gosto, você simplesmente acertou ao me mandar a Jealous Guy, porque eu adoro essa canção! Não foi pra recusar nenhum carinho seu, mas pra te dizer: bingo! Outra coisa: quando eu respondi o comentário da lobotomia, o fiz brincando e não criticando você. Esse é o ponto: muito do que eu falo as pessoas recebem como crítica quando não se trata de nada disso em absoluto. Aí é que tá, Renata: pra você ter uma noção, nem tinha me passado pela minha cabeça a hipótese que você manifestou em relação ao meu comentário. E nesse jogo, Renata, tudo são hipóteses, tudo são símbolos. Só que 'o problema' é que, as pessoas me acusam de criar teorias, quando elas o fazem o tempo todo da mesma maneira. Basta você olhar nas redações a quantidade de vezes que a gente efetivamente 'toma' o lugar do outro e usa expressões como 'você deve estar pensando isso'. Ou 'se você acha'. E nem sempre se pensa, e nem sempre se acha, mas todo mundo faz isso, está enraizado, faz parte de como funciona esse processo de duplo ajustamento que é a interação. O problema maior que eu percebo é sempre o de ver isso no outro e recusar a enxergar que se faz a mesma coisa. É que nem aquela pesquisa engraçada sobre preconceito em que os brasileiros reconheciam a existência de tal prática no país, mas negavam praticar. O problema sempre é o outro, sempre está com o outro e nunca com você, percebe? É aquela frase do Sartre, que nesses últimos tempos tem me caído como uma luva, 'o inferno são os outros'. Só que eu assumo o que faço. Quero dizer que se você coloca o dedo nas minhas feridas, diferentemente da maioria que costuma negar, eu te falo: você tem razão. Não consigo me enganar, não consigo me preservar, fingir, etc. Simplesmente não dá! E portanto, quando você diz que num momento eu trato a pessoa de forma carinhosa, no outro faço um raio-x, eu digo que não há essa separação de momentos e te digo que, muito embora se negue, todo mundo faz isso. Só que eu explicito. Eu não consigo, Renata, ficar com lacunas dentro da minha cabeça, percebe? Isso quer dizer que eu preciso ouvir o outro pra achar a coerencia da história. Em linhas gerais: eu preciso entender. E esse talvez seja o meu grande problema em detrimento do sentir. Por isso a brincadeira com a coisa da lobotomia. As vezes eu preciso de um cala a boca, percebe? Mas não um ofensivo, mas um que me traga para o sentir. Algo como o Bandeira falando que 'os corpos se entendem, as almas não'. E as almas nunca vão se entender e isso não é exatamente um problema. Não existe amor puro. Amor é uma face da moeda. Amor e ódio são faces. 'Odeio não me irritar com as coisas que eu sei, me irritam em você'. Tá tudo no mesmo balaio e não há pureza. O problema é que no fim das contas ninguém quer sinceridade. E olha que a sinceridade nem precisa ser realmente daquelas cortantes. Simplesmente ninguém está disposto a ouvir ninguém sem que isso resulte numa necessidade de mudar o outro. Mas o fazem de maneira sutil.

Sobre a internet, o ponto, Renata, é que a estrutura da internet sempre vai negligenciar o contato. Não adianta: no limite são dois monólogos, mesmo que, por exemplo, em salas de bate papo ou msn. As pessoas não tem o constrangimento dos olhos, o que, pode facilitar, como no meu caso. Mas aí ocorre que essa 'facilidade' se passa por mentira quando posta numa situação tradicional de comunicação. Eu sou tímido sim. Demais. Fico olhando pra maneira abobada com a qual me porto diante das pessoas. Demoro pra me desprender, soltar, não tenho timing. Mas, por outro lado, não nego conversa, caso me procurem. Devo convir, no entanto, que não tenho lá muita iniciativa de falar com quem me interessa.

Bem, pra encerrar, Renata, você acertou: eu não sei absolutamente nada do que eu quero ser. Nada. Tô formando em jornalismo, não gosto de jornalismo. Nunca tive nenhuma certeza, nunca soube de nenhuma atividade que me desse algum prazer. Parece que sempre no limite tudo me devolve ao tédio. E isso me amedronta, afinal, não sei o que será de mim. Sempre fui alguém perdido, sem pátria, estrangeiro. Por isso essa sensação de insegurança total. Não sei qual o meu lugar, nem se existe um e tendo a acreditar que não exista. Procuro um cais, mas fico sempre em alto mar. Quando acho que estou encontrando abrigo, sou repelido, expulso. O problema é que sou carente, apegado - mesmo não tendo a que se apegar.

Bem, menina, de maneira geral, era isso que eu tinha para te dizer sobre as suas palavras.

Beijão!

Guilherme

PS: http://br.youtube.com/watch?v=7QxgKninpSg

Anônimo disse...

como é a sua Teresa?

Where I'm Anymore disse...

A primeira vez que vi Teresa
Achei que ela tinha pernas estúpidas
Achei também que a cara parecia uma perna

Quando vi Teresa de novo
Achei que os olhos eram muito mais velhos que o resto do corpo
(Os olhos nasceram e ficaram dez anos esperando que o resto do corpo nascesse)

Da terceira vez não vi mais nada
Os céus se misturaram com a terra
E o espírito de Deus voltou a se mover sobre a face das águas.

(Teresa, Manuel Bandeira)

Anônimo disse...

um dia você encontra a louca certa, no momento certo, acho eu...
o sorriso era de suavidade, de
doçura, mas vc bem vê que na internet não dá pra saber, e às vezes até no 'real' isso fica difícil,né?

mas acho que vc agora anda procurando um sorriso vermelho, cor de rubi... vai atrás disso, então, não deixa passar, não!

não me conheço a ponto de saber o que eu faria se vc me procurasse depois disso. mas acho que ninguém se conhece a esse ponto.

só o que posso dizer é que gostaria de ainda estar como
estou hoje, meio serena-desesperada, e muito, muito aberta pra ti!

bjs, menino

Where I'm Anymore disse...

Pois é, Renata...

Engraçado você dizer isso de 'um dia você acha a louca certa no momento certo'. Eu talvez, hoje, completasse isso com aquele cinismo engraçado do 'ou não'.

Parece fatalismo e olha que eu não sou fatalista - por mais que eu pareça! Sou um 'falso-fatalista'. Engraçado porque eu sempre desde pequeno achei que um dia 'as coisas iriam acontecer' na minha vida. Aquela coisa de ter seu esforço de alguma maneira premiada, de ser reconhecido, etc. Cresci ouvindo 'Smiths', uma banda que não sei se você conhece, mas que me serviu de consolo nesse tempo. Acho que sem a música, já teria me matado há muito tempo. E tem uma música deles em particular - dentre tantas memoráveis - que remete a sua fala: How Soon Is Now. Eu me arriscaria dizer que se trata da canção mais importante da banda - e isso sempre é um risco.

O legal é perceber que os Smiths, as lamúrias do Morrissey, não perderam a atualidade em minha vida. Dia desses foi engraçado quando, conversando com um amigão meu ele disse: 'olha Guilherme, a gente tá saindo da faculdade mas continua falando das mesmas coisas de quando entrou'. Ele tem razão, embora tenha havido alguns avanços. Eu acho que finalmente estou começando a entrar na fase da desesperança, o que é bom. O que é péssimo pra quem não tem nada a se apegar. Eu esperei demais da vida e não consegui fazer disso algo palpavel. O tempo passou na janela, e só o Guilherme não viu. Algo como uma promessa que não soube se fazer cumprir. Tabacaria. Um homem em potência. Mas para o ovo dar origem a uma galinha é preciso mais. E eu sou menos. Que nem 'Qual a Criança', do Violins: 'eu sou menos do que o sonho exige de mim'.

Enfim, menina.

Segue a How Soon Is Now para você escutar.

http://www.youtube.com/watch?v=K2NrIALcNOw

Beijão!

Anônimo disse...

queria te dizer uma coisa:
sem essa de tempo que passou na janela e te deixou pra trás... o que é nessa vida 'algo palpável'?
a coisa palpável q toh tentando fazer não vai me dar grana, muito provavelmente, mas vai me dar um trabalho que sinto tesão em fazer. e eu adoraria sua ajuda nisso, pq como já disse admiro o que vc é capaz de fazer, o tipo de força e movimento q vc é capaz de mobilizar em outros, pelo menos em mim... e admiro as coisas que vc está fazendo, não importa se vc se sente já 'reconhecido' por isso ou não... eu sei que o que vc faz é bom e que vc não pensa só em vc quando trabalha...


vc já me disse uma vez:

vc tem seus cabelos
vc tem suas mãos

e me lembra toda aquela história dos sapatos... os sapatos. sem drama, pode crer, mas minha mãe revolucionou a vida dela quando, aqui em Sp, vinda com a fam´lia de Minas Gerais, teve de pegar um par de sapatos do lixo...

olha, vc tem sua boca
e tem os seus olhos

os seus olhos os seus olhos


té mais.
bjs

Where I'm Anymore disse...

Renata, Renata. A verdade é que eu não fui outra coisa esse tempo todo que não uma ponte, um trampolim. Eu tenho prazo de validade. Uma hora expira, cansam. Foi assim com todas que vieram antes. De repente, cansaram. Acabou. Eu inspiro, ajudo, até se sentirem melhor e sumirem. Sou meio, não fim. Meu potencial de mobilização é nulo. Se eu não lembro, não corro atrás, esquecem. Ficar tomando a iniciativa sempre cansa, sabe? Eu tenho que ir atrás, assumir as culpas - mesmo quando não são, ou pelo menos exclusivamente, minhas - ficar rastejando, mendigando atenção, carinho, etc. Pra depois ouvir que eu fiz tudo errado, seja de forma direta, seja com jeitinho. Porque o que eu faço é pequeno demais, inútil demais. Ao passo que eu sou um perigo a integridade de todo mundo, invado, julgo, ofendo, etc. Enfim. Tô muito cansado. Os anos de 2007 e de 2008 foram um inferno na minha vida. Não há rupturas, não há vida, ninguém entende meu ritmo, não estendem a mão, esperam tudo de mim - o que eu nem posso dar.

Enfim. Enfim. Enfim.

Beijão, menina.

Anônimo disse...

http://br.youtube.com/watch?v=W2N5iyQuFWI